Diálogos entre Paula Baccelli e Milton Ferlin Moura.
Com o objetivo de discorrer sobre temas diversos envolvendo a Física Quântica e ciências afins, na forma de um bate-bapo!
Serão publicados nesse blog e no Ativismo Quântico.
Sintam-se nossos convidados e mergulhem nessas ideias transformadoras!
E fiquem à vontade para comentarem, questionarem e opinarem!
Estaremos à disposição para quaisquer esclarecimentos.
Esse "Pinga Fogo Quântico" promete!!!
30/11/2102
Consciência é vida! Vida é consciência!
Será que existe uma realidade fundamental? Algum cientista já conseguiu alguma vez visualizar um elétron? Criamos um modelo que representa o comportamento de
uma "entidade" denominada elétron. Nunca, ninguém viu um elétron ou sequer outra partícula subatômica. Fazemos experimentos que
comprovam a teoria e o modelo. Dessa forma acreditamos que o elétron exista realmente. Será?
O funcionamento do cérebro é complexo. Sem dúvida ele existe para criarmos
representações do mundo externo. Mas será que existe uma realidade objetiva separada e externa a nós? Percebemos o mundo através
do sistema nervoso que possuímos. Uma árvore, uma maçã e qualquer outro objeto do
universo é traduzido em uma imagem através de um circuito elétrico pelos neurônios. Essas informações chegam em nossos 100 bilhões de neurônios em regiões específicas e "circulam"
pelo organismo através do sistema nervoso. Chegam
até nossas 70 trilhões de células. Informam ao DNA o que
eles devem fazer! Temos uma mente capaz de estabelecer uma comunicação com nossas células. Mente e DNA estão conectados. Vibram e oscilam dentro de um campo
fundamental. Desse campo fundamental nascem todas as percepções e todas as memórias. Estamos
"mergulhados" nesse campo de potencial zero. Ele nos conecta a todos.
Entender
e compreender como a consciência escolhe a sua realidade
passa obrigatoriamente pela compreensão e entendimento do
funcionamento do cérebro. A consciência se identifica com ele no processo de mensuração quântica. Temos sempre infinitas
possibilidades de escolha e sentimos dificuldade em acessar essas infinitas
possibilidades, e ficamos atados e presos a algumas poucas escolhas. São os hábitos e condicionamentos. O
DNA é cego, surdo e mudo! Necessita
ser informado para que ele realize seu trabalho. O comportamento está longe de ser codificado por uma programação genética. Esse campo primordial
informa, pois é a fonte de tudo. Quando
realmente adquirirmos a capacidade de agir conforme pensamos e sentimos, talvez
nesses casos, poderemos ter acesso a essa rede de informação e exercermos nossa real liberdade de escolher. Estamos
caminhando para isso. O salto para essa compreensão
necessita ser realizada de maneira breve, bem breve. Os problemas da humanidade
estão avançando e tornando-se complexos. A evolução do nosso cérebro é mais lento. As soluções são fictícias e simples. Necessitamos
da criatividade para encontrar as soluções para esses problemas
complexos da humanidade: doenças graves e pandêmicas, terrorismo, guerras cuja motivação está nas supercrenças das nações envolvidas. As civilizacões já passaram por esses problemas
complexos e algumas extinguiram-se em apenas uma única
geração. Elas encontraram o limite
cognitivo para seus problemas. O (cérebro/consciência) tende para a negatividade e para a simplicidade. Há uma necessidade urgente de transformarmos fatos positivos
em experiências positivas para criarmos
os circuitos que representarão a positividade.
Cada vez
mais me convenço da necessidade da transformação pessoal. A consciência é a única capaz de criar mecanismos
para enxergar-se a si mesma. Nada mais no universo consegue isso. Precisamos
nos conhecer. Conhecer nossas tendências. Conhecer nossas
sombras. Reinterpretar os grandes temas arquetípicos
que sempre nutriram a mente para que a mesma pudesse fazer o seu papel: dar
significados. Amor, bondade, justiça, abundância, verdade necessitam de uma reinterpretação. Nossa saúde depende de novos
signficados, a saúde do planeta depende de uma
nova visão de mundo que propicie novos
significados. Estamos refletindo sobre esses princípios há algum tempo. A transformação pessoal é necessária. Complexa! Mas, necessária.
Como eu disse anteriormente, nosso cérebro/consciência tende para a negatividade. Ele é como velcro para a negatividade e teflon para a
positividade. É um questão de evolução mesmo! Nossos ancestrais
precisavam de um sistema rápido de tomada de decisões, senão... já era! Perceber uma possível
agressão! Perceber uma oportunidade
de caça! Questões de sobrevivência mesmo. Criamos as
representações automáticas desse comportamento. Temos os circuitos instintivos
para esse comportamento. Porém, em nosso atual estágio evolutivo necessitamos ir além. O que nos diferencia de outras civilizações que encontraram seu limiar cognitivo é que agora estamos conscientes disso! Podemos ter ah-ha moments! Podemos ser criativos e
encontrar o novo. Fazer a transformação a partir de um novo ser. Sei
que falar sobre isso parece fácil. Poderíamos questionar também qual o impacto da minha
transformação pessoal para a coletividade?
É uma questão de visão de mundo, de paradigma. Observar-nos
como seres unidos por uma consciência cósmica é diferente de nos observar
separados e distantes dessa consciência cósmica. Estou escolhendo a realidade de minhas células. Estou escolhendo a realidade de meus pensamentos e
sentimentos. Tudo simultaneamente! Estamos compartilhando as experiências no mundo manifesto e podemos fazer um mundo manifesto
diferente e mais saudável.
Querida
amiga Paula Baccelli, desculpe se retornei em alguns temas já discutidos! Acredito que temos que ir e vir sempre que
necessário. Senti essa necessidade.
Vamos
adiante. Abraços fraternos e aguardo sua
palavras.
Milton
Querido amigo! Que bom que
retornamos! Como esse turbilhão planetário tem nos afetado coletivamente, não é
mesmo? E nem é mais uma questão de estarmos “abertos” ou não a essas
movimentações energéticas: somos parte efetiva desse momento e, como tal, precisamos
contribuir com ele, ehehe!
Você já inicia o texto mexendo
numa questão delicada... Realidade Fundamental. Por sincronicidade, porque não
acredito em coincidências, estou lendo uma compilação de seminários que foram
dados por Carl Jung em 1938, sobre realidade e sonhos, e cada vez mais me
convenço de que devemos buscar compreender a teoria dos Arquétipos desenvolvida
por ele a partir de uma visão quântica. No meu íntimo sim, acredito que existe
uma realidade fundamental, mas não estática. Para mim, este nível de realidade
primordial deve ser caótica, com sua origem e fundamento principal no
movimento, que gera sempre e sempre as possibilidades para nossa consciência
experienciar. Até hoje, o que mais se aproxima, talvez, de uma primeira
manifestação fundamental dessa realidade, sejam as imagens arquetípicas
trabalhadas por Jung. Embora tenhamos uma descrição bem detalhada dos
arquétipos primordiais universais, sabemos que eles estão em constante
desdobramento de si mesmos e por isso, aumentam em número e diferenciações o
tempo todo.
É vero! A ciência comprova a
existência das partículas subatômicas através de modelos teóricos apenas. Essas
não têm expressão material, portanto não podem ser fotografadas por nossos
objetos materiais! Mas nosso inconsciente comprova imageticamente, o tempo
todo, em sonhos, em visões meditativas, em intuições, os arquétipos e seus
mitos. Portanto, bem mais materiais do que as partículas não podem ser. Os
arquétipos são a linguagem das partículas, e traduzem imageticamente as informações
que elas vibram. Quando nos deparamos com essas imagens, que nos causam
sensações, sentimentos, intuições e descobertas, temos CERTEZA de que são
reais, uma vez que nos afetam indiscutivelmente, transformando imediatamente o
que experimentamos como “realidade externa manifesta”. Na verdade, embora a
compreensão seja difícil num primeiro momento, criamos e experimentamos a
“realidade” ao mesmo tempo! Nosso cérebro, embora fantasticamente complexo e
potente no seu funcionamento, não é capaz de captar a transição do movimento em
si. Então, acreditamos que estamos vivendo uma realidade objetiva separada e
externa a nós.
Quando nos embrenhamos pelo
universo meditativo, temos experiências sutis que destroem essa concepção, e
ficamos certos da nossa condição de observadores e observados, ou seja,
criadores e criados. E compreendemos que as coisas criadas podem e devem ser
transformadas por nós. Experimente escolher um conflito que envolva a sua
insatisfação com o comportamento expresso de alguém, desde que tenha certeza
que esse comportamento seja absolutamente inadequado para o coletivo. Então,
tome consciência das verdadeiras intenções criadas pelo seu pensamento a
respeito desse comportamento. Você verá que na maioria das vezes, como
observadores do outro, temos uma porcentagem significativa de responsabilidade
na manutenção desse comportamento, apenas por não vibrarmos corretamente. Por
exemplo, podemos até desejar que a pessoa modifique seu comportamento, mas na
Sombra, por trás do desejo às vezes expresso, o fazemos com raiva, duvidosos de
que a pessoa será capaz, desejando no fundo que ela se machuque para aprender,
etc e etc, cositas do inconsciente
não tão inconsciente assim, ehehe! Dessa forma, nossa interferência como
observadores só ajudará a causar uma piora ou uma manutenção do comportamento
inadequado, e não a sua transformação e sublimação. Fazemos isso demais com as
pessoas à nossa volta – cônjuges, filhos, parentes, funcionários, clientes, amigos,
“inimigos”, com o país, com os políticos, com os traficantes, com a Natureza,
com o Cosmos, etc.
Bem, o assunto é minucioso e
profundo, porque é claro que a pessoa do nosso exemplo não tem apenas a nós
mesmos como observadores. Há também outras pessoas no contexto e ela mesma!
Mas, fazendo a nossa parte nessa atitude inovadora, já perceberemos mudanças,
nela e em nós, pois muitas vezes, o que nos incomoda nela é pura projeção!! Precisamos
nos permitir reconhecer que “estamos ‘mergulhados’ nesse campo de potencial
zero”, que nos conecta a todos e nos entregarmos ao seu movimento caótico,
incerto (princípio da incerteza de Heisenberg) e altamente CRIATIVO.
Os hábitos nos impedem a
transformação e, portanto, a expansão. Criam e mantêm padrões de escolha
cerebral. E o pior hábito que temos conservado historicamente é o medo do novo,
da mudança, que gera o orgulho que mantém o ego acima da Consciência. Não creio
que devamos matar o ego, porque ele é um veículo psíquico de expressão
material. Portanto, precisamos dele para transitarmos no mundo que manifestamos.
Mas ele precisa estar a serviço da Consciência Suprema, da nossa Essência
Divina, da nossa Alma e não o contrário! Precisamos experimentar alimentar
novas conexões neurais para aumentarmos as possibilidades de captação
informacional do cérebro. Fazer coisas diferentes, desafiadoras, novas
leituras, novos questionamentos! Precisamos urgentemente nos encorajar o
mergulho em nós mesmos, em nossa Sombra, sem as artimanhas do ego que tende a
manipular a verdade com máscaras e subterfúgios! Isso amplia a Consciência!
Isso nos faz saltar! O resto é balela!
Sim, necessitamos de criatividade
para encontrar soluções para todos nós. Mas não estamos acessando a fonte das
infinitas possibilidades! Histórica e culturalmente falando, estamos vivendo
numa megalomania superficial disfarçada de progresso, como nos cutuca James
Hillman. Quanto mais superficiais nos permitimos ser, mais distantes da fonte
estamos. Deveríamos estar mergulhando mais em nossas razões inconscientes para
isso ou aquilo, além das articulações egóicas, do que buscando soluções
imediatistas, materiais e “externas” a nós. Que se tome o medicamento, em
alguns casos, mas que se penetre profundamente na causa do sintoma que ele visa
eliminar. E, as causas são SEMPRE “internas”. Quero dizer que propositadamente
coloco algumas palavras entre aspas, porque acredito que o sentido é ambíguo e
nesse momento não tenho um repertório melhor. E, em outros momentos, são as
citações ipsis litteris do Milton,
ehehe!
Você sabe, meu amigo, que sou
consteladora também, e esse ano experimentei um insight criativo que tive há
algum tempo para os movimentos de constelação sistêmica, atuando a partir dos
arquétipos e não dos membros das famílias de origem e atual. E tive uma
comprovação emocionante de umas ideologias que assumi como minhas sobre
“reinterpretar os grandes temas arquetípicos” para curar a mente e tudo o mais.
Sim, absolutamente “nossa saúde depende de novos significados, a saúde do
planeta depende de uma nova visão de mundo que propicie novos significados”, e
reconhecer nossa verdadeira relação com os arquétipos e reinterpretá-los é
penetrar na fonte de todos os males. Nossas relações com o meio ambiente e seus
membros são muitíssimo importantes e devem ser sempre realinhadas, mas não são
determinantes de nosso sucesso ou fracasso. Já parou para olhar de frente para
o arquétipo da Grande Mãe, por exemplo, e verificar como você se relaciona com
a Terra?
Nossa, acho que me estendi
demais, lamento! Mas o assunto é por demais, prazeroso!
Abraço querido amigo, e aos
nossos leitores, muita gratidão!
01/10/2012
Querida
Paula Baccelli,
Sentei
para escrever...
Fico
feliz por isso...
Respiro
fundo...
Presto
atenção em meus pensamentos e
sentimentos para esse momento...
Tento
perceber a presença desse momento (ser).
Questiono
todos os pensamentos e sentimentos que surgem...e deixo-os ir...
De
repente...surge um pensamento e sentimento que agrada. Pego-o e passo para a
etapa seguinte...escrever(fazer).
Saber que
há um processamento inconsciente
que molda nosso comportamento fica cada vez mais claro e importante. Saber que
esse mesmo processamento inconsciente pode influenciar nossa
"biologia" é descoberta mais recente e que
me intriga como médico.
Entender
os mecanismos biológicos que levam a um desequilíbrio homeostático interno culminando com o
que chamamos de "doença" norteou minha conduta
médica até pouco tempo atrás. Fui ensinado e educado
dessa maneira!! Você me entende? Entender que
temos outras esferas que integram o ser humano, uma realidade que não é formada de carne e osso, isso
é recente. Estou em fase de aprendizado.
Um novo aprendizado. Integrar o que a ciência médica descobriu até hoje com a alma que estava
separada até então. Movimentos de moléculas. Interações e reações químicas. Fórmulas. Exames complementares.
Bioquímica. Aprendemos muito sobre
tudo isso. Tudo externo aos aspectos internos da alma. O que penso e sinto não entravam na equação da saúde. Ficavam separados. À
margem esperando no limbo a resolução dos problemas das interações materiais e biológicas.
Tudo isso
que escrevemos até agora em busca de compreender
nossas Sombras talvez ainda não são compreendidas pela maioria dos médicos tradicionais. O que está
faltando? Mudança de paradigma nas escolas médicas. Somos ensinados dessa maneira. Psicologia na
medicina é vista no período de 30 dias. Pouco demais para compreender todas as
sutilezas da alma. Alma e matéria foram separadas. Estão unidas e acopladas. Consciência
é vida! Vida é consciência! Como esses aspectos
internos da nossa psiquê influenciam a biologia? Como
nasce uma doença? Quem comanda nossas células? O DNA? A psiquê? Precisamos esmiuçar esse assunto querida amiga quântica! Quero a sua ajuda para adentrar esse campo de
integração que a física quântica tem proporcionado.
Talvez,
além da minha provocação eu preciso ser provocado também!! Quero escrever sobre o movimento da consciência e como o corpo físico consegue representar a nível molecular esse movimento! pretencioso? Talvez!! Mas
temos instrumentação filosófica, física e biológica para essa integração. Amiga de ideal, o que achou?
Vamos integrar o estudo de nossas Sombras, Meditação
e Medicina!
Abraços Fraternos
Milton.
Querido Amigo Milton e todos os
leitores,
Quanta falta faz um dedo
indicador, ehehe! O perigo das mulheres na cozinha recaiu sobre mim e fiquei
aguardando um desfecho que me permitisse responder a essa provocação. Graças a
muito Reiki, não precisei dar pontos e estou de volta com mais “gás” ainda para
darmos continuidade a este que tem sido um trabalho desafiador e absolutamente prazeroso.
Nossa problemática maior: a
separação Alma e Matéria! Sim, é um fato muito marcante na ciência vigente, mas
nem de longe é tão antigo quanto o pensamento de que alma e matéria são uma
coisa só. Temos indícios desse pensamento quântico desde eras mais longínquas,
como a civilização egípcia e a hindu antes de Buda. Depois, com a revolução
industrial, formalizou-se o que ainda vivemos em maior escala: a expressão
material da energia como soberana. Mas, como continuar pensando e agindo assim
depois do advento do paradigma que admite a consciência imaterial como a
criadora de tudo o que há? Podemos continuar insistindo na primazia da matéria
como causação, só que não conseguiremos sustentar isso por muito mais tempo,
pois a física quântica veio para ficar e estabelecer a existência do mundo
sutil e tudo o que lhe pertence. Mas, nosso pinga fogo de hoje é sobre
influência, não é mesmo?
Bem, a psique humana é de ordem
sutil, invisível aos nossos olhos, perceptível às sensações, emoções e
pensamentos. Ela não é palpável, mas carrega consigo um sem número de
informações sobre nós e nossas experiências que transcendem tempo e espaço. Pense
numa malha energética, infinita e emaranhada, onde cada linha de energia é um
HD de computador, carregadinho de informações mil. Todas essas linhas
entrelaçadas umas nas outras. Pois bem, essas informações são o que você chama
de aspectos internos da nossa psique. E têm características que se aproximam
mais ou menos da Ordem Maior, uma vez que o Universo possui, inegavelmente,
leis próprias, embora conheçamos poucas delas e dessas, sabemos menos ainda.
Fato é que, quanto mais distantes estamos dessa Ordem, mais manifestaremos essa
desordem em nós mesmos, tanto na expressão física e orgânica, quanto na
expressão psicológica e comportamental.
Para respondermos aos seus
questionamentos: “Como esses aspectos internos da nossa psique influenciam a
biologia? Como nasce uma doença? Quem comanda nossas células? O DNA? A psiquê?”, precisamos nos encarar definitivamente como essa malha
energética informacional, que dispara para o nosso universo psíquico e orgânico
suas informações para nos movimentarmos na vida. Quem comanda nossas células
são as informações da malha, gerenciadas, creio eu, pelos movimentos conscientes
e inconscientes da psique. Quanto mais próximos da Consciência Suprema, mais
conscientes e mais saudáveis. Quanto mais distantes da Consciência Suprema,
mais inconscientes e mais doentes.
Hipócrates (460
a.C. – 377 a.C.) afirmava que o ser humano é uma unidade organizada, sendo o corpo a dimensão funcional, a alma a dimensão reguladora e a doença o efeito da desorganização dessa Unidade. Georg Groddeck (1866 – 1934) entendia a doença como
uma criação, carregada de
finalidade, sentido e função expressiva, que tem sua origem na combinação entre
uma vulnerabilidade orgânica específica e na psicodinâmica do paciente. Para ele as doenças também são familiares,
uma vez que a dinâmica familiar é preexistente ao ser recém-nascido. Esta
dinâmica é inconsciente e os membros vão herdando os caminhos neuróticos de
autopreservação desenvolvidos nesse grupo há gerações. Rupert Sheldrake, autor
da teoria de Campos Morfogenéticos, que dá forma às questões de
transgeracionalidade que as constelações sistêmicas trabalham tão bem, também
cita os hábitos emocionais, comportamentais e de crenças como forma de
adoecermos.
Portanto, quando falamos de adoecimento,
estamos nos referindo, a meu ver, numa simbologia traduzida pela forma da cruz:
a linha vertical somos nós e nossa “individualidade” de experiências, dessa e
de outras vidas, na qual “descemos” para essa atualidade a fim de
desenvolvermos algo específico. “Descemos” com uma agendinha pronta, nosso
Dharma, como chamam os hindus, e nossa tarefa é cumpri-la com louvor. A linha
horizontal é a ancestralidade na qual “descemos”, que contém informações que
serão cruzadas com as da nossa horizontalidade. No ponto de cruzamento, numa
malha gigante de possibilidades, sem dúvida estamos nós e as necessidades da
nossa alma. Tudo isso para podermos retornar à Unidade. Essa é a real missão de
todos nós. Os caminhos podem ser diferentes, o tempo de cada um é muito
particular, mas o objetivo é o mesmo. Penso que cada “individualidade” que
chega de volta a Deus, faz expandir Sua totalidade, mantendo o que chamamos de
Evolução Criativa em movimento e a Vida em atividade permanente.
O adoecimento ocorre quando não
temos consciência desses movimentos em nós mesmos; quando desconhecemos nossa
Sombra; quando nos negamos a nos sentir parte do Todo Maior. Pensemos um pouco
pela ótica da quântica: tudo isso é uma ilusão, um sonho dentro do grande sonho
de Deus. Nossa consciência cria formas para podermos expandir. Eu sei que
muitas vezes esse pensamento dá medo, mas não vejo mais como negá-lo! Criamos o
tempo todo para podermos nos “enxergar”! Somos um enorme aglomerado de átomos
manifestando matéria! Niels Bohr (1885 – 1962) dizia que o “mundo físico é
apenas uma maneira de um átomo olhar para si mesmo!”. Pensem bem: Se aceitarmos
o fato, para mim indiscutível, de que somos um montão de consciências
movimentando energia para nos traduzirmos em formas, passaremos a criar formas
e experiências mais saudáveis para todos!
A doença dentro do olhar da
psicossomática é um caminho para a saúde. Ela nos conta que algo em nossa
sutilidade não vai bem e nos obriga a encontrarmos uma cura. Pode ser que
demoremos muitas vidas para encontrar a cura, mas ela virá. Como está vindo
nesse momento da nossa humanidade terrestre coletivamente, com o novo paradigma
e os nós que tem desfeito, daquilo que insistimos chamar de “realidade”.
Se quiser curar-se de qualquer
coisa, vá fundo em sua Sombra! Destrinche-a ao máximo! Conheça todas as suas
artimanhas! Enxergue-se corajosamente como realmente tem sido! Compreenda as
nuances da alma manifestadas na doença que se apresenta em você! É a alma que
cura e adoece, somente ela e tão somente ela! Temos visto muitas tecnologias
espirituais e quânticas em novos tratamentos. Elas podem amenizar muitos
sintomas, com mais eficiência do que os medicamentos alopáticos, pois visam
equilibrar nosso biocampo. Elas podem até facilitar o caminho para a cura, nos
propiciando contato com nossa alma, mas o caminho da verdadeira cura é
SOLITÁRIO, ninguém, absolutamente ninguém, nem nenhuma tecnologia quântica pode
fazê-lo por nós!!
Por isso, que um processo
terapêutico profundo não é para qualquer um... É preciso muita coragem para
voltar para dentro de si mesmo. Aqui a Meditação é o veículo, porque nos faz
ficar conosco mesmos, diretamente ligados à Consciência Transcendente!!
Sombra, Meditação e Medicina:
estamos nos referindo a uma nova medicina que se utiliza do exercício
meditativo para conhecer os conteúdos informacionais inconscientes presentes na
Sombra e que manifestam no corpo físico e na expressão psíquica, doenças ou
saúde. Estamos falando de conhecer essa malha de informações para
transformarmos a matriz que cria o DNA e passarmos a nos manifestar
biopsiquicamente saudáveis e socialmente equilibrados nessa nova era evolutiva
na qual estamos inseridos. Quando falamos que o século XXI é a era da
informação, precisamos, sem medo de errar, incluir as informações que
determinam quem somos e a quê viemos.
Não creio ser uma
pretensão escrever sobre o movimento da consciência e como o corpo físico
consegue representá-lo a nível molecular – penso ser essa uma necessidade para
a nossa compreensão sobre saúde e doença e uma base filosófica para traçarmos
uma real modificação nos tratamentos e prevenções. Mais que uma necessidade,
temos responsabilidade de compartilharmos com as pessoas uma nova ordem de
pensamento, dando a elas elementos para uma autocrítica sobre a causa do
adoecer: nós mesmos! Estou ansiosa para ler o que você, médico cardiologista já
transitando na nova ordem, tem a nos dizer!
Yogananda tem um livro cujo
título já dá “pano pra manga”: A Eterna Busca do Homem! Sim, e creio que essa é
a busca: quem somos? O quê somos? De onde viemos? Para onde vamos? Qual é a
Ordem que nos mantém em equilíbrio? O quê ou quem é Deus? Qual a verdadeira
Ciência? Como utilizá-la de fato?
Aí vão dois vídeos
interessantíssimos sobre esse assunto:
A Cura do Câncer através do Chi –
Gregg Braden
A Matriz Viva
Um grande abraço de luz e até
quinta-feira em Goiânia!!
05/09/2012
CONSCIÊNCIA E EGO II
Querida
amiga Paula Baccelli,
Este
movimento de “escolhas” traz questionamentos diversos, não é mesmo querida
amiga? Estamos no mundo manifesto e ao mesmo tempo no não manifesto. EGO e
“Self”, Manifesto e Não manifesto, escolhas egóicas e escolhas ressoantes com a
consciência cósmica feitas pelo “Self”. Estamos mergulhados na polaridade em
direção à unidade. Não importa para onde caminhemos. Tudo leva para a unidade
das coisas. A consciência é o que há. Para “acessarmos” a rede de informação
que interconecta tudo e todos, que é o que a subestrutura do Universo na qual
estamos “mergulhados” faz, necessitamos de uma transformação. Essa
transformação talvez seja a “senha” para realizarmos as escolhas baseadas em
uma consciência mais “próxima” da consciência cósmica. Ter um entendimento
dessa (inter) conexão entre tudo torna-nos livres da crença limitante da
separação.
Quero
dialogar sobre esse processo, essa dinâmica da transformação! Quando ocorre o
“despertar” para novas necessidades entramos em um processo de
autoconhecimento. Esse “despertar” é pessoal e obedece a um tempo individual de
cada um de nós. Conhecer aquilo que ainda nos impede de ir além do EGO em
nossas escolhas. Esse “conhecer-te a ti mesmo” é um processo de sinceridade e
honestidade conosco mesmos. Você, querida Paula, mais do que eu sabe da
importância de reconhecermos aquilo que Jung afirmou serem nossas “sombras”.
Aspectos íntimos reprimidos da “psique” e fora da percepção consciente e que
nem por isso são inócuos, muito pelo contrário, acabam “moldando” o
comportamento.
Reconhecer
e assumir essas “sombras” é o trabalho que deve ser realizado nessa dinâmica da
transformação pessoal. Funciona como se a consciência resolvesse seus
“conflitos” íntimos e na solução dos mesmos ocorresse um verdadeiro “salto”
para uma nova compreensão da vida. Reinterpretar os arquétipos, ou seja, dar
novos significados aos contextos que nutrem nossos pensamentos para dar os
devidos valores a esses contextos. Aqui, amiga Paula Baccelli, deveremos
dialogar com mais demora e cautela para que entendamos essa dinâmica, pois
acredito que seja de fundamental importância a compreensão de tal dinâmica para chegarmos a
uma visão clara do que seja a cura quântica. Da mesma forma, saber que os
pensamentos dão significados aos sentimentos percebidos pelos nossos centros
vitais.
Honestidade
e sinceridade são as palavras chaves quando estamos na “imersão” de
reconhecimento de nossas “sombras”. Prestar atenção naquilo que nos irrita nos
outros, prestar atenção naquilo que tira meu humor, meu sono e também me faz
ficar “estressado”. Costumo brincar com as pessoas que converso sobre esse
assunto que quando identificar aquilo que te irrita nos outros pegue que é
teu!! rsrsrs. Aspectos que entramos em sintonia com outros e assumimos como
sendo dos outros e não nossos. Essas são nossas sombras, nossos fragmentos que
devem ser incorporados em nossa essência. Esse exercício de honestidade e
sinceridade aumenta as possibilidades para novas escolhas, novos contextos e
novos significados. Transmutar as energias de nossos sentimentos sombrios. Como
você, amiga Paula, compreende esse processo?
Fui
breve em minhas “provocações” e com o intuito de ouvi-la com mais atenção. Esse
campo de atuação é sua especialidade e tenho muito a aprender com você, pois
esse exercício de reconhecer as sombras é um processo recente em minha vida e,
pode ter certeza, consegui alguns saltos de compreensão que me levaram a ações
diferentes em minha vida com o firme propósito de buscar a coerência entre
pensar, sentir e agir.
Abraços
fraternos.
Milton
Querido
amigo!
Lamento a demora de minha resposta, mas essa tal de escolha nos coloca,
muitas vezes, num turbilhão de atividades! Ufa!
Ah, o
belíssimo e emocionante processo de transformação! Gostei das aspas na palavra
“despertar”. Na verdade, sempre estivemos despertos em nossa essência. Já parou
para observar o desenrolar de nossas vidas? Como tudo é tão coerente com esse
despertar? Como a vida nos encaminha direitinho para aquilo que precisamos
relembrar?
Quando
nascemos já trazemos informações, porque somos um aglomerado disso. Nosso corpo
é moldado de acordo com elas. Bem antes de nos transformarmos em embrião já
temos todas as informações “físicas” e “emocionais” sobre quem seremos. O
processo de diferenciação das células que formam nosso envoltório físico já
está obedecendo a esse conglomerado informacional, que nada mais é do que um
montão de memórias de experiências que fomos acumulando ao longo de nossas
existências, nisso que insistimos chamar de campo “individual”, cruzado com os
conteúdos da linhagem ancestral na qual nascemos. E quando digo “conteúdos”
estou me referindo a algo muito além de fatos. Estou falando de emoções,
sentimentos, valores, crenças, tendências. É tudo isso que forma a Alma,
Espírito, Psique, como preferir.
Certamente,
não há absolutamente nada mais importante para nós do que mergulharmos em nossa
Sombra, reconhecendo os detalhes mais íntimos, segredados em nossa psique.
Nossa cultura é voltada para distrações. Temos nos distraído há séculos com o
Fazer, esquecendo que esse fazer é meramente o resultado do Ser. Dias atrás
estávamos discutindo o porquê de pontos muito interessantes em teorias famosas,
como o Marxismo, por exemplo, não terem funcionado na prática. Aí, meu filho
Pedro, 17 anos, respondeu: “Mãe, ‘cai a ficha’! Marx e os outros, não levaram
em consideração o Ser.”. E eu concordei com ele. Até hoje, dentro do próprio
universo da psicologia, que deveria estar comprometida com a psique humana por
si só, com exceção de autores como Jung, Hillman e Groddeck, não se considera a
alma / consciência, que está no campo do extraordinário e não do ordinário,
como o principal “objeto” de estudo! Falamos de comportamento, doenças
psíquicas, influências hormonais e de ambiente, mas não colocamos a alma e sua
“singularidade coletiva” na ponta da língua!
Penso
que a Sombra é nosso grande desafio no jogo da vida. É nela que guardamos o que
não queremos revelar, ou não temos permissão para fazê-lo. Na Sombra não há
somente coisas “ruins”! Quando uma criança nasce, o ambiente que a circunda vai
tentar moldá-la de acordo com as regras estabelecidas. E isso está muito além
do bem e do mal. Por exemplo, se nascermos numa família de mafiosos e formos
primogênitos, não teremos escolha a não ser nos prepararmos para assumir um dia
o controle das famílias agregadas. Imagina se nossa sombra quiser despertar em
nós “o monge”, o “maestro de orquestra”, o “filantropo sincero” ou o “agente da
Interpol”? Seremos esmagados pelo sistema que deveria estar nos acolhendo a
“individualidade” e nos reconhecendo positivamente através da permissão para
sermos o que tivermos que ser!
Você
cita Honestidade e Sinceridade como chaves para reconhecermos nossa Sombra. E
Mais à frente as aponta como algo a ser exercitado. Concordo plenamente,
desejosa que você admita o quão longe estamos ainda da plenitude dessa
vivência. Como disse anteriormente, temos nos distraído ao longo da história da
humanidade. Estamos vivendo uma histeria coletiva, onde os modismos culturais,
os medicamentos alopáticos (falando mais especificamente sobre os
psiquiátricos, mas sem desqualificar os profissionais que os utilizam com
cautela e responsabilidade) e o próprio paradigma científico vigente nos
afastam do aprofundamento na alma. Deveríamos estar “descendo” em nós mesmos,
para encontrarmos as feridas na Sombra, experimentando um novo significado para
a palavra “depressão”, como aprofundamento, por exemplo, um mergulho no “vale
da alma”. Mas, alguém, em algum momento criou um significado de poder para o “esconder
a sombra” e isso enfraqueceu a honestidade e sinceridade necessárias para nosso
mergulho. Estamos viciados em fingir, construir máscaras que objetivam nos
adequar às exigências do sistema. E nem questionamos o quão doente e demente
esse sistema está! Somos tão carentes que passamos nossas existências correndo
atrás do reconhecimento do outro. Nossa auto estima é historicamente tão baixa
que nos viciamos nesse modelo. E, por isso, imergir na Sombra não é uma opção
para a maioria! É um risco que as pessoas não querem correr! O medo da exclusão
nos enlouquece! Se não conhecermos nossa Sombra, passaremos a vida inteira
enxergando ela nos outros, como “doutores da lei”, empodeirados para exercer o
julgamento, escondidos por detrás das máscaras das religiões, da ciência e dos
variados status que existem por aí.
Uma
outra questão sobre a Sombra, é que vivemos buscando fórmulas prontas,
oferecidas pelos outros, para conhecê-la e trabalhar com ela. Longe de mim
querer tirar o mérito dos inúmeros sistemas terapêuticos desenvolvidos com esse
propósito, mesmo que com nomes diferentes. Eu reverencio boa parte deles. Mas,
é preciso ficar claro que essas técnicas apenas nos proporcionam o conhecimento
e o treinamento para o mergulho, pois esse é algo que só faremos “SOZINHOS”. É
nossa grande iniciação nos mistérios da Vida. E só tem mérito quando realizamos
a prova nós mesmos. Nesse ponto, a Meditação silenciosa é tudo de bom! Então,
não há fórmulas do “como fazer”, mas há caminhos muito interessantes que nos
permitem a preparação e o ensaio. Minha dica: busque conhecer teorias e
experimentar técnicas que valorizem a complexidade da alma humana. Encoraje-se
a sair da zona de conforto do muito simples e prático. Esse universo é menos
complicado do que se imagina. Para mim, a alma humana está assentada no mundo
maravilhoso das imagens arquetípicas, no extraordinário, nos mitos, no campo do
sutil, no universo quântico que dita todas as regras, nas histórias de vida de
tantos personagens que brilharam em sua atuação. Honestidade e Sinceridade no
autoconhecimento é necessidade e possibilidade para todos nós, mas negócio de
poucos!
Acho
que me alonguei demais em meus devaneios, ehehe! Vamos continuando nossa
conversa sobre a Sombra que temos muito ainda o que discutir. Sugiro a todos os
leitores o livro “O Código do Ser”, de James Hillman. Um tratado genial sobre a
alma humana e seu daimon. Abraço de luz a todos!!
22/08/2012
CONSCIÊNCIA E EGO
Ir além do Ego... O que será que isso significa? Sem dúvida alguma não
podemos negar a existência do Ego. Como a física quântica compreende o Ego? O
Ego seria todo esse “compartimento”, isto é, conjunto de valores, hábitos de
pensamentos, condicionamentos emocionais e o corpo físico propriamente dito com
todas as 70 trilhões de células que o compõe. Isso compôe a nossa consciência
egóica. É a maneira que conseguimos manifestar e agir no mundo manifesto, mas
com certeza não é totalidade! Falta algo nessa equação! Falta justamente a
essência! A Consciência plena! De acordo com a ciência quântica, baseada na
primazia da consciência, todos esses “compartimentos” são opções de escolha da
consciência. A matéria, na compreensão da física quântica, e aqui incluímos
todo tipo de matéria, isto é, das mais densas às mais sutis, em qualquer estado
vibracional, em qualquer dimensão, em qualquer frequência e/ou amplitude, é
onda de possibilidade. Existe em um estado transcendente entre as observações
da consciência. Estou querendo dizer dessa forma que os valores (arquétipos),
os pensamentos, os sentimentos são sim um tipo especial de matéria sutil que
obedecem às leis do mundo quântico. Será? Se você preferir pensar não em
matéria sutil, mas em energia sutil também pode e não muda nada. Matéria e
Energia são duas faces da mesma moeda. Campos de energia, partículas
elementares inclusive a partícula de Higgs, vácuo quântico, potencial de campo
zero ou qualquer outra denominação que se queira adotar para expressar essa
“rede” de conexão e potencial energético incomensurável existente são, na
verdade, ondas de possibilidades para escolha da consciência. A consciência
cósmica não é o campo de potencial zero. Esse campo é matéria, ou seja matéria
cósmica, um campo de “fibras” energéticas que permeia a tudo e a todos, mas é
matéria e, como tal, é onda de possibilidade. Deve haver algo fora da
jurisdição da matéria capaz de converter todas essas possibilidades em
realidade. A consciência cósmica está fora dessa jurisdição e inclui na sua
constituição esse campo de potencial zero que a ciência estuda como campo
quântico.
Quem escolhe? A verdadeira liberdade de escolha encontra-se fora de
nossos hábitos e condicionamentos. Hábitos e condicionamentos perdem muito a
verdadeira liberdade de escolha. As escolhas feitas baseadas nesses
comportamentos condicionados são estudadas pela psicologia comportamental, que
afirma que não somos livres para escolher. De certa forma eles têm razão, mas
mesmo com 100% de condicionamento pelo nosso sistema de crenças, mesmo assim,
ainda temos a liberdade de dizer não a esses condicionamentos. Isso é
respaldado por pesquisas científicas! Cientistas do comportamento estudavam o
livre arbítrio de estudantes que eram monitorados pelo eletroencefalograma e
com a pura intenção de erguer o braço direito. Quando eles intencionavam
levantar o braço detectava-se um potencial característico dessa ação. Pois bem,
esses cientistas conseguiam prever com exatidão se esses alunos ergueriam ou
não seus braços. Dessa forma não haveria livre arbítrio, quando se consegue
prever a ação antecipadamente. Mas calma! Nem tudo está perdido! Outro
cientista oirientou seus alunos para que no último instante antes de levantar o
braço, depois de terem feito a intenção de levantá-los, nesse microinstante,
eles dissessem não e não levantassem o braço. Mesmo que o computador mostrasse
que eles ergueriam, no último instante, eles conseguiam dizer não ao
condicionamento e foram capazes de escolher não levantar o braço. Mesmo com
100% de condicionamento, podemos escolher dizer não a esse condicionamento.
Mas não escolhemos em nossa consciência egóica, condicionada e
habituada pelo sistema de crenças. Quem escolhe é uma consciência não local
superior, a consciência egóica chamada self quântico. Esse self está em contato
com a consciência plena que realmente escolhe e é livre para isso. Quando
entramos em contato pela primeira vez com qualquer situação não antes
vivenciada, sem memória prévia, sem experiência anterior, sem qualquer tipo de
percepção, essa escolha é realizada pelo Self quântico. A consciência
egóica escolhe baseada em crenças, em
hábitos e condicionamentos, a verdadeira liberdade de escolha está no self
quântico. Será que esse ponto zero é a consciência cósmica que interconecta a
todos? Paula, minha amiga não penso assim. Ken Wilber desenvolve um raciocínio
no qual ele também não acredita que esse campo de potencial energético, de onde
nasce toda a variedade de matéria, seja a consciência cósmica, não no sentido
de Deus como causa primária de todas as coisas. Deve estar além disso! Esse
campo unificado é o espaço que permeia a todos e como tal é possibilidade. Tem
que haver algo fora dessa jurisdição capaz de fazer a escolha dessas opções.
Lembra do experimento do amigo de Wigner? Um semáforo quântico que dispara
aleatoriamente entre verde e vermelho situado em uma rua perpendicular que se
encontram nesse semáforo. Em uma das ruas estou eu com minha pressa habitual,
em outra rua esta Paula Bacceli. Estamos caminhando um direção ao outro. Quem
escolhe o verde? Eu ou a Paula?
Se eu considerar que a minha consciência é muito mais importante que a
de Paula com certeza sou eu quem escolho o verde, pois as minhas questões
íntimas são mais urgentes que as da Paula e ela pode esperar um pouco. rsrsrs.
Nesse caso, só existe a minha consciência e eu escolho pelas duas.
Filosoficamente isso chama-se solipsismo. A minha consciência é a que existe e
ponto. Não é uma boa solução não é mesmo Paula? Você é tão e quão importante
quanto eu. Quem escolhe? Temos que sair do sistema e admitir que existe uma
consciência acima de nossa consciência egóica capaz de realizar essa escolha.
Uma consciência que conhece eu e Paula e sabe o que deve ser feito. Deus?
Consciência Cósmica? Ou não? Sabemos que existe uma rede de interconexão entre
mim e Paula. Algo que permeia os dois. Essa rede é o Espaço entre mim e ela,
entre mim e o semáforo inanimado e vice-versa. Os átomos que me constituem são
os mesmos que constituem o semáforo e também a Paula Baccelli. 99,9% desse
sistema é feito de espaço. É nesse espaço que permeia todo o sistema que está o
segredo de quem escolhe. Esse Espaço não é Deus. Esse Espaço é um efeito de
Deus. A causa ainda não a compreendemos racional e totalmente. Sentimos apenas.
A própria razão chega até Ele. Mas acredito que esta Grande Consciência está
além do Ponto Zero.
Apenas sinto assim! Gostei desse campo minado! Despertou uma
curiosidade saudável!
Fique com a paz e que a clareza de raciocínio possa estar com você!
Saudações Amigo
Quântico!
Sua fala me lembrou
um sonho “maluco” que tive ano passado. Nele, eu me via nessa mesma forma, mas
em mundo paralelo, casada com outra pessoa, dedicada a cuidar de crianças
abandonadas. Eu e meu cônjuge “paralelo” passamos um dia de muita diversão com
essas crianças num parque, e no final, devolvemos as crianças para o orfanato e
fomos para casa. Tomamos banho, jantamos e cansados como estávamos fomos
dormir. E então, sonhei nitidamente comigo, nessa realidade, exatamente como
ela é! Ou seja, foi um sonho dentro de um outro sonho e também circular, porque
“saí daqui e voltei para cá”! Foi um insight tão poderoso que confesso que
passei umas duas semanas muito chocada pela certeza na alma e na mente de que
tudo não passa de uma grande e poderosa “ilusão”. Coloco a palavra entre aspas
porque depois desse sonho, Realidade e Ilusão têm sido sinônimos para mim! Até
mesmo quando considero as realidades como ilusão, já estou vivendo uma ilusão!
E ao mesmo tempo uma realidade se estabelece porque a estou experienciando,
entende?
Portanto, acredito
que falarmos de Consciência e Ego, precisa ter seu início numa compreensão
maior sobre Realidade e Ilusão. Como o assunto é vasto e complexo, podemos
destrinchá-lo num outro diálogo, mas a princípio, precisamos nos esforçar para
compreender Realidade e Ilusão num outro significado, onde possamos
compreendê-las, talvez, como cada uma sendo uma face de uma mesma moeda, a
moeda de Lîlâ, palavra em sânscrito
que significa “balé ou jogo da Criação”.
O ego fica na face da
ilusão, porque só deveríamos considerar verdadeiro o que está mais próximo da
Unidade. E o ego formaliza o exercício da dualidade. Gosto do Osho, filósofo
indiano que viveu entre 1931 e 1990, quando ele diz que o ego é o reflexo do
que os outros pensam. E que ele se forma a partir do reconhecimento que o outro
faz da criança que nasceu. Nascer significa vir ao mundo exterior. Os olhos se
abrem primeiro para o mundo de fora, para o outro. Nossas mãos e ouvidos tocam
e escutam primeiro o outro. A comida que ingerimos é externa. O Eu não existe
aqui. Existimos primeiro na consciência, no olhar e na observação do outro. Todos
os nossos sentidos se abrem para fora. Só há o outro como Observador. Depois, à
medida que vamos contrastando o Tu e o Eu, nos tornamos conscientes de nós
mesmos. Mas, na verdade, mesmo essa consciência “individual” que desenvolvemos
é apenas reflexo da consciência que os cuidadores têm da criança. Daí a
importância notória de nos prepararmos para recebermos mais adequadamente os
bebês.
Quando os adultos
estão reconhecendo a criança, através da apreciação, do amor, do cuidado, do
toque, ou infelizmente através do desprezo, da raiva, da violência, do
abandono, um centro está nascendo. Mas, é um centro refletido. Ele não é o verdadeiro
centro. É apenas o que os outros pensam a respeito dela. Isso é o ego. Ele tem
início antes da gestação, quando os pais, conscientes ou não do desejo de terem
um filho(a) começam a se movimentar para tal, para a formalização do campo da
família em formação. Durante a gestação, esse ego vai se fortalecendo através
das expectativas dos pais com relação ao feto, verbalizadas ou não, mas
principalmente das expectativas e “achismos” da mãe, por estar em contato visceral
com a criança. Ou seja, como nos ensinam os fundamentos da Constelação
Familiar, o primeiro mundo significativo para todos nós é a mãe. Depois, outros
se juntam a ela, nosso mundo vai crescendo e nosso ego fica mais complexo,
porque muitas expectativas, opiniões, crenças e valores dos outros são
refletidos. Como você escreveu, o ego é um enorme compartimento de coisas
externas, vindas de fora, dos outros, que acabamos assumindo como nosso se
nenhum movimento em direção ao Eu, ao Self
for estabelecido.
Mas, o ego é
necessário nesse jogo entre ‘não manifesto’ e ‘manifesto’. Precisamos dele para
conhecer o verdadeiro Eu. Esse é o jogo! Para conhecer a verdade precisamos
encarar, de frente, a ilusão. Isso é ir “além do Ego. É passar por ele com
coragem, aceitando a necessidade de “descer” no mundo das sombras onde ele
permanece. Assim, do outro lado desse caminho, encontraremos nosso verdadeiro
centro. Lembrando que na sabedoria Veda Hindu, é o movimento dos contrários que
gera a força criativa para as coisas poderem existir.
Você pergunta quem
escolhe? Depende do tipo de escolha a que você está se referindo. Se forem
coisas do mundo manifesto, material, o ego escolhe muito bem. Nosso mundo
manifesto é permeado de condicionamento. A capacidade criativa do ego é
abundante, mas em comparação com a capacidade criativa do Eu, é limitada. Na
verdade, adoramos pensar que toda escolha que fazemos é exercício do livre
arbítrio, da liberdade delirante que acreditamos ter. De fato, só temos
liberdade de escolha quando estamos conscientes, mergulhados no Self, vibrando no Centro de todos os
centros. Só exercemos o livre arbítrio, livre de condicionamentos, quando
conhecemos profundamente nosso ego e experimentamos fluir no Eu ou Self. Para isso, só com Meditação
Profunda. A pesquisa citada por você é a comprovação de que podemos e devemos
nos apropriar da capacidade que temos de dizer “não” aos condicionamentos,
fortalecendo nosso poder real de escolha, junto à Consciência Suprema.
Sim, concordo com
Wilber também, que a Consciência Cósmica, Deus, a Fonte, está além do campo
unificado, por ser este uma possibilidade “gerada” pela Consciência de Deus,
mas não consigo pensar nisso de forma fragmentada. Como no meu sonho, as duas
Paulas existiam com suas realidades particulares ao mesmo tempo, sem
chocarem-se, de certa forma harmonicamente, numa “inter-influência” sutil, mas
efetiva. Assim acredito nesse momento que, o campo unificado, embora seja uma
possibilidade de Deus, está permeado de Deus, portanto é também Deus e acabamos
voltando para o mesmo lugar: o Centro, desfazendo a dualidade.
Agora, se o sinal
verde significar um belo iogurte batido com amora, pode ter certeza que serei
eu que escolherei, ehehe! Afinal, essa urgência é mais importante do que
qualquer outra sua, rsrsrs! Mas, é claro que sabemos que estamos submetidos às
necessidades do coletivo e este é gerenciado pela Consciência Quântica. Uma vez
que afetamos e somos afetados o tempo todo, fazemos o mesmo com o coletivo. Mas
este é mais importante do que eu e você!
Para finalizar, quero
apenas dizer que você citou os Arquétipos como valores, lá no primeiro
parágrafo. Pois bem, esse é outro tema para dialogar. Sinto que os Arquétipos
não podem ser sinônimos de valores. Eles são mais que isso. Estão num outro
lugar, na formação primordial de todas as coisas. São os “esqueletos” de tudo o
que há!
Amigo, como tenho me
sentido feliz com nosso Pinga Fogo! Ele tem alimentado a minha fonte criativa
com todas essas possibilidades para imaginarmos a respeito, ehehe! Até o próximo!!!
06/08/2012
Paz no coração. Querida amiga, realmente o
terreno que estamos pisando por agora tem a aparência de ser minado!
É fascinante como buscamos compreender a
origem. De onde viemos? Para onde vamos? Ao longo dos evos da evolução o Homem
adquiriu a capacidade de refletir sobre ele próprio e vamos construindo esses
crivos com os quais criamos "modelos" para melhor explicar a
"verdade" relativa de todas as coisas. Descartes ainda está presente
com a separação entre espirito e matéria, entre ciência e religião, entre
psique e corpo físico. Ao longo dos últimos 400 anos foi esse tipo de dualidade
que manteve a separação, maya, ilusão de que há um elemento material e um
elemento espiritual. Chegamos em uma era onde a física quântica propõe mudanças
de paradigma. Traz a consciência para a equação e vai além, chega na unidade e
na compreensão de que a CONSCIÊNCIA é tudo o que há. Às vezes ainda nos
enrolamos na interação dualística entre matéria e espírito e ficamos presos em
nosso próprio EGO. A minha formação foi toda baseada na primazia da matéria,
que aliás ainda domina toda a educação inclusive a medicina, e, dessa forma,
ainda domina o alicerce de minhas condutas. Estou tentando transformar isso em mim para atuar de maneira
integral dentro da medicina. Essa mudança de paradigma não é fácil, pois o
segredo é a transformação interna primeiro, para depois ocorrer a transformação
externa. Os aspectos internos - intuições, pensamentos e sentimentos - foram
esquecidos da equação. A doença é priorizada em detrimento do conhecimento do
que deve ser feito para manter a saúde.
O mais interassante de todos esses estudos é
a importância da transformação pessoal para que possamos nos permitir sentir e
vivenciar essa unidade. Como a física pode contribuir para essa compreensão?
Temos realmente que ir além do EGO. Quero aproveitar essa oportunidade para que
possamos dialogar nesse pinga fogo sobre esse EGO. Essa noção e percepção de
individualidades separadas que temos. Vamos sair um pouco desse "campo
minado" para agora entrarmos em outro que diz respeito às nossas condutas.
Se o lema desse século é Escolho, logo existo, vamos conversar sobre as
sutilezas dessa escolha. Quem escolhe? Minha consciência egóica, reflexo dos
meus hábitos e condicionamentos, ou a consciência una não local? Temos um
"self" além do EGO? Como se
processa o funcionalismo quântico no cérebro? Querida Paula, esse campo “dá
pano para manga”!!
Gosto muito do Evangelho de Tomé 22 onde
Jesus disse: “Quando fizerdes do dois um e quando fizerdes o interior como o
exterior, o exterior como o interior, o acima como o embaixo e quando fizerdes
do macho e da fêmea uma só coisa, de forma que o macho não seja mais macho nem
a fêmea seja mais fêmea... então, entrareis (no Reino)”. Equilibrar o interior
e o exterior, acima e embaixo e todas demais dualidades que vivenciamos em
nosso EGO é um trabalho necessário e urgente. Esse trabalho é árduo! A física
quântica é unitiva no sentido de permitir equilibrar esses aspectos de
aparência dual. Nós observamos o mundo “lá fora” e acreditamos estar separado
de nossa percepção. Esse mundo grosseiro, feito de toda variedade de matéria
conhecida é externo à minha consciência. Eu consigo olhar e perceber um objeto
ao mesmo tempo que consigo manter a percepção do sujeito da ação. Há uma cisão
entre sujeito e objeto. A ciência materialista, a ciência que baseia todo o seu
raciocínio da primazia da matéria não explica essa cisão entre sujeito e
objeto. Estamos no mundo e observamos o mundo. Temos a ilusão de ele existir
“lá fora”. Porém, a “mágica” da física quântica está em justamente penetrar
nessa ilusão e perceber que esse mundo “lá fora”, na realidade, não existe!
“Você se torna aquilo que você vê”. Vamos ver o que a neurociência tem para nos
ajudar. A consciência, quando está utilizando um cérebro físico como veículo de
manifestação, se identifica com ele, porém o objeto observado também é
consciência. A consciência una se divide em observador e observado criando a
cisão entre sujeito e objeto e, dessa forma, criamos o mundo “lá fora” com se
fosse externo a nós. Lembro do matemático Spencer Brown quando afirmou:
"Não podemos escapar do fato de que o mundo que conhecemos é construído a
fim de ver a si mesmo". Observador e observado fazem parte da mesma
substância. Nessa divisão surge a autoreferência, o self. Essa compreensão leva
um tempo para ser “metabolizada” porque o aspecto grosseiro e rígido da matéria
é enebriante. Toda realidade possui dois domínios: possibilidades e fato
manifesto. A intermediária é a consciência. A consciência é a base de tudo. E
os aspectos internos? Como ficam? Temos intuições, pensamentos, sentimentos que
parecem experiências particulares, não compartilháveis. Serão também
subprodutos de eventos elétricos de nossos 100 bilhões de neurônios? Como esses
aspectos internos e sutis se relacionam com os aspectos grosseiros e externos?
Como algo transcendente pode comunicar com algo manifesto? Como algo acima pode
ser equilibrado com algo embaixo? Como o cérebro pode produzir o sentimento?
Como o cérebro pode produzir o pensamento? Sem falar na intuição? Essas
perguntas são paradoxais quando admitimos que a matéria é a causa de tudo. Não
temos explicações, baseado na ciência clássica de Newton, determinista. Falta
algo! Como nossa psique pode influenciar o corpo físico? Pois bem, há uma luz
no fim do túnel! Intuições, pensamentos, sentimentos, cérebro, neurônios, corpo
físico são todos possibilidades de escolha da consciência. Isso mesmo! Paula
minha amiga, chegamos próximo de compreender melhor esses aspectos psíquicos, a
mente, o sutil em nossas vidas. Tudo é consciência! A matéria é uma opção de
escolha da consciência. Os átomos que constituem meu corpo físico existem no
plano manifesto mas, simultaneamente, são possibilidades quando não há a
consciência observando para causar o colapso da função de onda. AO MESMO TEMPO,
isto é, SIMULTANEIDADE. Possibilidades e fato manifesto ocorrem
simultaneamente. Processamento inconsciente e processamento consciente são
simultâneos. Quando escolho no campo das possibilidades as ondas converto-as em
partículas. Simples assim! A consciência escolhe ondas de possibilidades e a
manifesta em partículas compartilháveis.
Deixo agora Paula Baccelli com essas
provocações sutis para desfrutarmos de seus conhecimentos.
Absorvendo a paz no coração, querido amigo! E pisando em “campo
minado” com muita alegria, porque a expansão do imaginário é um grande prazer,
ehehe!
Você foi longe nessa provocação, hein? Sinto-me um grão de areia
nessa imensidão de respostas a considerar. Mas, “vamos que vamos” porque
estacionar não é opção.
Minha formação também é dualista. A Psicologia e também a
Psiquiatria, na maioria gritante de suas abordagens, não considera seu objeto
de estudo: PSIQUE = ALMA. Embora a Alma esteja presente nas diversas culturas,
mesmo com nomes diferentes, estas ciências omitem-na de seus manuais. Tema
principal dos fenômenos psíquicos, não faz parte dos estudos e das terapias
dedicados a estudá-los e compreendê-los! E, dentro do novo paradigma, Alma e
Consciência tendem a ser sinônimos. Você pode imaginar, então, os atrasos nos
avanços nesse campo, que continuam considerando a Consciência um epifenômeno do
cérebro. Como você, nos meus 14 anos de prática clínica, tenho exercitado
continuamente essa transformação pessoal e de paradigma de pesquisa, buscando
atuar integralmente no trabalho comigo mesma e com o outro.
Sim, toda massa crítica que fortalece a visão de saúde que temos
hoje está voltada para a doença e não para a cura. Investe-se em “acabar com a
doença” e quase nada em aumentar a saúde. E isso é um grande problema, porque
sabemos que quanto mais foco colocarmos nas doenças, mais fortaleceremos seu
processo criativo e mais elas proliferarão. Outra questão para posteridade é
que a doença é um caminho para a saúde e para o autoconhecimento e precisamos
encontrar um lugar dentro das áreas afins para compreendermos o que a doença
nos ensina e só depois pleitearmos a cura. Dentro do pensamento unificador, uma
vez que privilegiarmos a saúde e o autoconhecimento, a doença manifesta perderá
sua força e seu sentido de existir, e poderemos descartar o CID-10 e o DSM, que
só vêm aumentando suas páginas. Falar em evolução para o planeta não deve
incluir apenas as tecnologias materiais, mas também as tecnologias psíquicas e
espirituais.
Você me pergunta se temos que ir além do EGO. Sim, ir além, mas não
destruí-lo! O ego é importante para atuarmos nos dois planos de existência da
Consciência – as possibilidades e os fatos manifestos. Ele é o veículo
moderador. O que ocorre é que, ao longo da história da humanidade, permitimos
que o ego se identificasse mais com nossa “consciência inferior” (não encontrei
outras palavras, mas não concordo plenamente com elas, ok?) do que com nossa
Consciência Transcendente, dando espaço exagerado às sabotagens mentais, para
que nosso pensamento permanecesse trancafiado na torre da separatividade.
Então, acredito, que nosso trabalho deva ser o de fazermos com que o ego se
identifique com a Consciência para que sua moderação entre as possibilidades e
os fatos manifestos aconteçam num patamar mais evoluído.
O lema “Escolho, logo existo”, é nosso salto quântico coletivo.
Antes deixávamos para o pensamento, guiado pela “mente que mente”, o ato de
existir. Ficávamos à mercê desse jogo de criação, mais do que atuantes, porque
atuar é “estar consciente do maior número de possibilidades para manifestar”.
Hoje podemos ATUAR, sermos verdadeiramente atores de nossa existência. Dá muito
mais trabalho, com certeza, mas não tem preço a satisfação e a liberdade. De
verdade, estamos iniciando um processo coletivo de saltar do “ter nossa vida
guiada por” para “guiarmos ela para”. E todo começo tem suas recaídas e muita
experimentação para chegarmos a um lugar melhor. Quem escolhe, na verdade, é a
Consciência Transcendente, porque tem noção do Todo para manter a harmonia
cósmica. Mas, quanto mais unificados com e mergulhados nela estivermos, mais
experimentaremos o livre arbítrio de fato. Nesse momento, ainda escolhemos, na
maior parte do tempo, com a consciência egóica, hipercondicionada às tramas
in-conscientes[1].
Nosso poder de escolha é limitado a questões comportamentais e materiais.
Quando estivermos experienciando Unidade na maior parte do tempo, estaremos
fazendo escolhas em uníssono com a Consciência Una Não Local. Sei que, qualquer
tentativa de definir esse novo mundo maravilhoso possível e com sua construção
já em andamento é fajuta, tamanha a diferença do que vivemos hoje. Mas, tenho
uma certeza interna que ficaremos nas nuvens quando ele passer a existir
definitivamente, ehehe!
Ah, o Self! Palavra usada
para significar “si mesmo”, cunhada pelo Mestre de todos nós, Carl Gustav Jung.
Eu o reverencio! Mas, tenho uma afinidade natural com seu aluno querido, James
Hillman, falecido em outubro do ano passado, aos 85 anos. Para ele, estamos
sempre “em busca de uma biografia adequada: Como juntar as peças de minha vida
para formar uma imagem coerente? Como encontrar a trama básica de minha
história?” Como acessar o meu gênio interno ou daimon para experienciar a plenitude? Creio que essa plenitude é o
sentimento básico do Self, sendo este
o local de nossa unidade, a imagem inata e coerente, a trama básica, o jardim
secreto, o nosso nome para Deus como aprendi na infância. Nosso trabalho, bem
descrito no Evangelho de Tomé citado, é voltar para o Self. Para isso, não há absolutamente nada melhor do que os
exercícios da Meditação Profunda diária e os Sonhos Lúcidos (cenas dos próximos
capítulos).
Uma outra questão suscitada pelo Evangelho de Tomé é algo que já
discutimos em diálogos anteriores: se admitirmos a unidade teremos que desistir
da individualidade? Então, não! Apenas que essa fala de Jesus nos coloca dentro
do pensamento monista, nos desafiando a compreender que “individualidade,
singularidade” são maya[2],
o truque de Deus para vivenciarmos os dramas que geram processo criativo e
concomitantemente, evolução e expansão cósmica. Gosto do pequeno poema de Ralph
Waldo Emerson, filósofo e poeta estadunidense do século retrasado:
“A
ilusão trabalha, impenetrável, tecendo trama de expressão inumerável; suas
vistosas imagens, incessantes,
véu
sobre véu acumulam, constantes;
feiticeira,
sempre acreditada
pela
pessoa sedenta de ser enganada. “
Assim, urge encararmos o fato de não existir realidade separada de
nós. O mundo não é o mesmo sem nossa atuação mental constante. Acontece que
nossas interferências ocorrem de maneira muito sutil, não perceptíveis
materialmente. Então, fica parecendo que o que existe é externo e independente
de nós. Na verdade, esse milênio está muito desafiador para as crenças
milenares e condicionadas com as quais vivemos. Ontem, uma prima que começou a
ser nossa leitora, me pediu que tornássemos cada vez mais fácil a compreensão
de nossos assuntos, talvez usando palavras já conhecidas de todos para
explicarmos o que queremos. Eu respondi que dois movimentos precisam acontecer
ao mesmo tempo: nós, buscando sermos o mais didáticos possível, e ela sair de
sua zona de conforto, desafiar-se a aprender novos conceitos e neologismos,
porque a “velha ordem” não comporta a “nova”; mas a nova inclui a velha. Quem
sabe desenvolveremos uma nova página: “Dicionário Quântico”?
Essa discussão de realidade introduz o Observador. A meu ver, o que
há de mais importante no mundo da Quântica. É o que comprova que o mundo
material como o experienciamos só é possível por causa da interferência
consciente dos seres sencientes. Somos como a antiga personagem do seriado de
TV, “Jeannie é um gênio”. Com a diferença de que ela tem plena consciência e
controle de seus “poderes” de gênio da garrafa, e nós, ainda não.
Tudo o que há, existe em possibilidades para a consciência
manifestar em ato. Repetimos isso o tempo todo, pois é o lema da Física
Quântica. Isso significa que estamos mergulhados numa imensidão de
possibilidades, que ficam se movimentando em onda, até que observemos uma delas
e a “colapsemos”, ou seja, a transformemos em partícula, e assim podemos
percebê-la como matéria, mensurá-la, conhecer sua posição e interargirmos com
ela. Se eu estou aqui escrevendo e posso ser lida por todos, é porque um
“outro” ser senciente me observou, colapsando minha existência, tornando-me
possível e eu a vocês. Isso ocorre simultaneamente com todos os seres
sencientes. Imagine-se olhando para alguém e esse alguém olhando para você:
vocês “dois” estão se observando, se colapsando, se materializando e, portanto,
passando a existir um para o outro. E ambos manifestam o cenário que os
envolve.
Ficamos, às vezes, desejosos de saber o que é divino em nós? Isso é
divino! O Observador é divino! A Fonte de todas as possibilidades é divina!
Estarmos começando a enxergar esses fenômenos é divino! A ciência comprovar que
quanto menor a partícula, mais poderosa a energia é divino! Nós somos divinos!
Todo o cenário nesse sonho coletivo é divino! Só precisamos aceitar nossa
herança divina e passarmos a agir a partir dela.
Os aspectos internos que você cita – intuição, pensamento,
sentimento não são subprodutos de eventos elétricos no cérebro. São as atuações
de nossa Consciência, suas habilidades para exercer seu verdadeiro propósito:
CRIAR, CRIAR e CRIAR, infinitamente!
A “coisa” transcendente é assim chamada porque seu poder é único e
infinito, e cria, ao mesmo tempo a si mesmo e tudo o que há. É como um
engenheiro que pensa nos menores detalhes de uma perfeita construção. O cérebro
não produz os aspectos internos. Ele foi criado para ser o moderador entre o
não manifesto e o manifesto. Então, o cérebro apenas “traduz” as vibrações da
Consciência, tornando possível a experiência do “mundo material”. Por que dessa
forma? Não sei responder, mas aceito que tudo tem um propósito claro e
equilibrado de ser. E quanto mais próximos Dele estivermos, mais conheceremos
essa Verdade.
A Alma ou Psique influencia o corpo físico, porque este é apenas a
expressão material de uma matriz sutil, ou Campo Morfogenético. Gosto de pensar
em camadas hierárquicas de expressão dessa Unidade. Nossa Alma, que já
experimenta a singularidade, forma essa matriz que por sua vez forma o corpo
físico que nos diferencia uns dos outros na expressão material. A causação é
descendente, de “cima para baixo”, do “menor (talvez partícula de Higgs?!) para
o maior (matéria condensada), do “sutil para a materialidade”, da “Unidade para
a ilusão das fragmentações”. Ou seja: voltamos sempre ao ponto zero, o vazio
que contém todas as informações possíveis de infinitas possibilidades para a
Consciência manifestar. Somos e tudo o que há também, apenas possibilidades de
escolha.
Bem, essa discussão sobre o Observador está apenas começando, e se
meu caro amigo instigador permitir, quero continuá-la em nosso próximo diálogo.
Senão estenderemos demais nossas linhas. Um grande abraço de luz a todos!!!
[1]
In-consciente: Gosto de escrever a palavra “inconsciente” assim, por acreditar
que define melhor a coisa em si: a consciência “escondida”, não revelada.
[2]
Maya é a ilusão cósmica; literalmente, “o medidor”. Poder mágico da criação,
faz com que aparentemente se apresentem limitações e divisões no Imensurável e
Indivisível.
05 de agosto de 2012
"Pinga Fogo" quântico!! Gostei!
Amiga
Paula, assim como você disse possuir uma alma buscadora também me incluo nessa
busca. É interessante pensar em vibrações. Ondas vibrantes, cordas vibrantes,
supercordas vibrantes. A física sempre norteando esse buscar na tentativa de
compreender o universo que habitamos. Hoje a física quântica valida as
experiências das tradições espirituais milenares que sempre falaram nessa
unidade. Essa unidade que possui um potencial energético incomensurável, esse
“vazio quântico” cheio que permeia tudo o que existe! Paradoxal isso?!?! Vazio
e cheio ao mesmo tempo. Esse conhecimento agora começa tomar dimensões maiores.
Talvez, agora, estejamos prontos para esse
conhecimento. "Somos todos
um". Já ouviu essa frase, amiga Paula Baccelli? Lembro em uma palestra que
realizei desenvolvendo esse raciocínio sobre a unidade, essa "Fonte",
quando alguém interrompe e questiona: Isso não é Panteísmo? E a nossa
individualidade? Somos observadores dentro de um grande observador! Caímos?
Lembrei de Pietro Ubaldi e sua teoria sobre a queda. Amit fala em Involução e
Evolução. Com certeza minha amiga Paula conhece a teoria da queda? Se
admitirmos que estamos em um processo de retorno ao Pai, à Fonte, temos que
admitir obrigatoriamente que caímos, que nos afastamos da sabedoria e, agora,
dentro de um processo de evolução, tanto da matéria quanto da consciência,
retornar de onde saímos é o propósito da evolução. Pergunta que as vezes me
faço é por que será que saímos de lá? Se éramos perfeitos como nosso Pai,
porque tamanha rebeldia? Por quê? Amiga Paula, sua opinião por favor...Estudando
as escrituras e conhecendo a ciência quântica devemos
admitir origens diferentes para a matéria e para o espírito (consciência). A
realidade de qualquer objeto no universo tem dois domínios: Possibilidades e
fato manifesto. A consciência é a intermediária. A consciência escolhe, entre
as possibilidades, a sua realidade. As possibilidades tem origem no campo do
ponto zero (CPZ) que muitas tradições espirituais já tinham acesso a essa
informação. Vide “A Gênese” de Allan Kardec publicado em 1868 que afirma que há
dois elementos que regem o Universo: o elemento material e o elemento
espiritual. Lá ele chama esse CPZ de matéria cósmica ou “fluido” cósmico. Desse
CPZ , flutuações quânticas existem de onde nascem vibrações, amplitudes e
frequências, formando todos os elementos químicos conhecidos no universo. Essa
matéria visível, porém, representa apenas 0,1% de tudo. 99,9% de tudo é espaço.
Desse espaço nascem todas as forças (força forte, força fraca, eletromagnetismo
e gravidade) que formam os elementos químicos. Há, portanto, uma substância
primitiva que é a origem de toda variedade de matéria. A origem do espírito
deve ter sido diferente. A consciência é não material, ou “incorpórea”. Não vou
ousar falar dessa origem. Mas o próprio Amit me fez enxergar que ela teve uma
origem diferente.
Conheço bem a anatomia do coração, sua fisiologia
elétrica, sua fisiologia mecânica, seus ritmos. Isso eu conheço! Agora o campo
magnético do coração, o diálogo do coração com o cérebro e a coerência entre
pensar e sentir para agir de acordo com o que penso e sinto, isso ainda estou
buscando! É um exercício diário. Essa é a beleza de todos esses conhecimentos.
Dar oportunidade para nos tornarmos pessoas diferentes, pessoas melhores,
utilizando os princípios integradores e inclusivos da física quântica. A teoria
é muito bem estruturada. É um caminho? Um caminho é apenas um caminho. Uma
coisa estática. Nós devemos ser o nosso caminho, caminhá-lo. O caminho faz o
caminhante ou o caminhante faz o caminho? Essa filosofia é especialidade de
minha amiga Paula Baccelli. Toda essa discussão é muito frutífera. Estou
gostando dessa experiência. Desculpe se fui muito longo nas explicações e
argumentações. Achei necessárias para, em um futuro bem próximo, chegarmos na
discussão da cura quântica. Sabemos que nosso corpo físico é constituído por
cerca de 70 trilhões de células permeadas por esse “hálito” divino, esse
“fluido” cósmico, esse “vácuo quântico”, esse Potencial de Campo Zero dos
físicos. Saber que há algo sutil em nossa essência, pensamentos e sentimentos
por exemplo, que são capazes de informar essas células sobre o que devem fazer.
Muitas vezes essas informações são equivocadas, alimentadas por hábitos e
condicionamentos e acabam afastando a frequência saudável dessas células
provocando o desequilíbrio, provocando a doença. Escolho, logo existo! São
essas escolhas que nos fazem saudáveis ou não. Querida Paula, abraços
quânticos!
Muita luz, Querido
Amigo, porque parece que começamos a pisar em campo minado (para muitos, mas
não todos), ehehe!
Primeiramente quero
deixar claro que acredito veementemente que a graça da Vida é não termos
respostas finais para nada, senão, o que seria do desafio que nos move a eterna
busca que nos leva à constante evolução e expansão? Mas, temos que admitir que
algumas verdades são melhores que outras, não apenas por serem mais completas,
mas por nos libertarem dos emaranhados mentais onde adoramos nos enrolar e
permanecer por milênios. Gosto do que escreveu Fred Alan Wolf, em seu livro Espaço, Tempo e Além: “A sabedoria de milhares de anos de
experiência mística está caminhando de mãos dadas com o conhecimento que está
emergindo de nossas ciências. A imaginação está se expandindo! Esta é uma
possível explicação agora, mas, como a consciência se modifica, os nossos
universos mudam e outras interpretações podem então fazer mais sentido, ISTO É
AGORA!!!”. E, se nem mergulharmos fundo na possibilidade do que estamos experienciando
como verdade neste exato momento, não saltaremos para mais além, não é mesmo?
Percebo que os
fundamentos da Quântica têm causado uma revolução em diversas teorias e muito
incômodo também. Na verdade, hoje temos um crivo para ajustar os pensamentos
que ainda nos mantêm separados nas ideias e no direcionamento da evolução. Coisa
que várias Sabedorias preconizaram. Quanto a isto não há o que discutir.
Ao longo da história da
humanidade tivemos inúmeros crivos, que nos proporcionaram os avanços que
desfrutamos hoje no Planeta. A Quântica, da mesma forma. A diferença primordial
dessa ciência do mundo vibracional, é que ela nos permite teorizar sobre
fenômenos não vistos a olho nu, como a própria psique humana e suas questões básicas:
temos ou não individualidade se admitirmos que o Universo e Deus são idênticos?
(Panteísmo). Na verdade, não há como fugir da realidade de que o substrato
“formador” de tudo o que há, inclusive nós, é o mesmo. Então, sob esse aspecto,
somos todos um sim. Mas, gosto de pensar em nós como variações (individualidade
ou singularidade) de um mesmo tom musical, ou gamas de uma mesma cor. Para mim,
esta é a beleza poderosíssima e indiscutível dessa Força Manifestadora que
ousamos chamar de Deus. De todos os atributos do Divino, dois me chamam a
atenção e são suficientes para comprovar que somos, AO MESMO TEMPO, uno e
singulares: a Unidade e a Onipotência.
Você me pergunta sobre
queda, involução e evolução. Não consigo acreditar nas coisas dessa forma, não
faz sentido para mim, amigo! No meu entendimento, uma vez que somos manifestação de Deus e portanto temos
Sua Consciência nos permeando, não
CAÍMOS OU INVOLUÍMOS, considerando que tendemos a usar essas palavras
num sentido pejorativo. Apenas experienciamos todas as possibilidades para
gerarmos, cada vez mais, processo criativo, que por sua vez, gera expansão e
EVOLUÇÃO o tempo todo.
Sabe o que é mais
difícil na compreensão dos fundamentos Quânticos? Temos que desistir dos dramas
do ego que geram a falácia da dualidade para alcançarmos a simplicidade
ultrapoderosa do impulso divino unificador e exercermos a Coragem de
questionarmos sem culpa ou medo o sentido da existência. O que choca muito
nessa nova ciência é que ela acaba desmoronando nossas ilusões quanto a
estarmos vivendo algo REAL. Paramahansa Yogananda dizia que “um dia descobriremos que estávamos sonhando
que éramos seres humanos. Então despertaremos e compreenderemos que somos um
deus, um reflexo eterno do Espírito Infinito. O maior pecado é, na verdade, a
ignorância de nossa unidade com Ele.” A Quântica, quando afirma que a
consciência é a base de todas as coisas, coloca essa verdade no topo de todas
as outras. Então, amigo, não se preocupe mais – não somos rebeldes, ehehe!
Somos atores atuando nessa dança mágica divina, gerando continuidade e
permanência. E é esse movimento Cósmico que nos torna perfeitos em essência.
Ufa!
Você fala em origens
diferentes para a matéria e para o espírito, mas creio que isso nos leva direto
à dualidade novamente. Tudo bem, é um assunto capcioso e delicado, mas, a
princípio, eu prefiro a palavra flutuações, talvez manifestações diferentes
para a matéria e para o espírito, pois a fonte primordial, o Grande Espírito, é
a mesma, lembrando da nossa querida partícula de Higgs que nos leva para esse
lugar. Mas, creio que em nosso “pinga fogo”, teremos que ir e voltar muitas
vezes nos temas, não é mesmo?
Então, o ponto zero,
acredito eu, é a Consciência Maior, incriada, infinita, onipotente e
onisciente. E “nós” os vários “eus” dessa Consciência, que escolhem entre as
possibilidades, a realidade a manifestar, materializar, colapsar.
Adoro a versão de que
Deus, entendiado com sua existência única, resolveu multiplicar-se para ter com
quem interagir. Logo, percebeu que não faria sentido, porque seria como jogar
paciência no computador: sem desafios. Então, teve uma brilhante ideia, a de
clonar-se em vários eus e fazer com que esses lampejos de si mesmo esquecessem
quem são de fato. Tudo para ficar mais divertido! E, estamos aqui, brincando
com Deus, construindo e sendo construídos o tempo todo, sem a necessidade de
acharmos que somos anjos caídos de algum paraíso, não mais necessitando a
aflição de buscarmos a origem, porque a encontraremos em nós mesmos. Eu penso
que devemos exercitar o pensamento monista para sairmos da dualidade que não
faz mais sentido nesse momento evolutivo. A substância da matéria e do espírito
e do Grande Espírito é a mesma, porque é única, apenas a grandiosidade de Deus
as faz se manifestarem “diferentes” umas da outras.
Eu também estou
buscando essa coerência, Milton, e é trabalho constante!
Caminhos são apenas
caminhos, mas são caminhos, entende? E se constrói com o caminhante: os dois AO
MESMO TEMPO. Essa é a frase que devemos buscar entendimento nesse nosso pinga
fogo: TUDO NO UNIVERSO ACONTECE AO MESMO TEMPO...
Sim, vamos filosofar
bastante, com certeza! E mais do que uma teoria bem estruturada, devemos nos
encorajar a experimentá-la em nosso dia a dia, como no experimento não local de
intencionalidades!
Escolho, logo existo é
nosso lema para este século. Mas, como afirma nosso querido professor Amit
Goswami, só escolhemos de fato, com total liberdade, quando estamos mergulhados
na Consciência de Deus, ou seja, quando vivemos a UNIDADE.
Até a próxima, Queridos
Leitores e Amigo de Luz, Milton!
01 de agosto de 2012
CURA QUÂNTICA
A física quântica é realmente inclusiva! Ela
fornece uma compreensão ampla do processo de viver e chega até mesmo a tentar
definir o que é a vida! Seus princípios: não localidade, hierarquia entrelaçada
e descontinuidade permitem nova abordagem da interação mente-corpo. A antiga
discussão da influência da mente sobre a matéria agora ganha novos horizontes,
uma nova compreensão esclarecedora e libertadora. A física quântica ao adentrar
na intimidade da matéria acabou descobrindo um mundo de sutilezas e
interconexões. A matéria não é mais um bloco concreto e fonte causal de tudo o
que existe. A matéria tem comportamento de onda. Quem diria, não é mesmo Paula
Baccelli? Os constituintes íntimos da matéria não são bolas de gude. O que são
então os prótons, neutrons e elétrons? São partículas? São ondas? Convido minha
amiga ativista quântica Paula Baccelli para contribuir com esse raciocínio. Ela
tem uma longa experiência nos estudos da física quântica e da terapia
energética. Quero aproveitar seus conhecimentos e sua amizade para juntos
chegarmos próximos da compreensão de um novo conceito na medicina e, dessa
forma, aprofundarmos o conceito da cura quântica. O que é a cura quântica?
Estabeleceremos um diálogo progressivo em cima desses conceitos e princípios
quânticos para tentar esclarecer e demonstrar que é possível realizar uma
medicina integral e participativa. Uma verdadeira integração entre terapeuta e
paciente. O que é a cura? O que é o processo de adoecer? Quais as implicações
filosóficas desses mesmos princípios quânticos. A transformação pessoal é
importante nessa tal cura quântica? Estou provocando minha amiga para que ela
se expresse. Com a palavra: Paula Baccelli.
Amigo quântico, saudações! Sua cutucada me fez
mergulhar no que hoje considero o evento mais importante da minha vida. Ele
aconteceu quando eu estava com 08 anos de idade e fez parte efetiva de meus
diários e sonhos lúcidos na infância e adolescência. E hoje, permeia minha alma
buscadora. Numa conversa com meu tio Carlim (Carlos Baccelli), ele disse que
meu nome não era “Paula”. Eu retruquei, na minha inocência infantil e respondi
que ele estava errado, que era claro que esse era meu nome! Ele continuou
falando que todos nós temos um nome para Deus. Aquele que nos identifica para o
Criador. E que esse nome é pura vibração sonora, “uma música que me forma e
quando eu me lembrar dela e puder conscientemente vibrar nessa frequência de
onda, não há a necessidade de participar mais da circularidade reencarnatória”,
porque terei DESPERTADO.
Esse diálogo despertou meu daimon, e esse me
trouxe para cá, no mundo quântico. Creio que ainda não me lembrei do meu real
nome, mas me sinto cada vez mais próxima dele.
Assim entendo os constituintes da matéria, em seu
substrato básico: uma fonte infinita de vibrações informacionais, emitidas
diretamente da Fonte Supraconsciente, na “forma” de uma supercorda, única e
potente, mas que já dá início ao processo de criação de tudo o que há com três
sons, como muito bem descrito pela sabedoria VEDA: A – Princípio criador; U –
Princípio preservador e M – Princípio destruidor.
Milton, sobre a questão da cura quântica, vamos
ter que dialogar muito, ehehe! Mas, a princípio, o processo de adoecimento
passa pelo nosso afastamento dessa Fonte Divina de informações. E a cura, pela
nossa aproximação da mesma. Se admitimos que somos um com o todo na Mônada
Quântica, e vibramos muito dissonantes dela, já estamos doentes. Então, nosso
trabalho em prol da cura é retornarmos à nossa origem.
Aliás, todas as nossas experiências encarnatórias
geram experimentações mil com esse único propósito: retornarmos à Fonte de onde
nos originamos.
Maia, a ilusão de que somos algo mais do que meras
criações mentais uns dos outros, ao mesmo tempo que nos atrasa o despertar, nos
desafia a sairmos dessa repetição.
Então, esse fazer torna-se complexo e difícil num
primeiro momento, mas creio que ao trabalharmos com CORAGEM,
conseguiremos encontrar nosso “rabo de foguete”. Entendo aqui por coragem, o
agir com e pelo CORAÇÃO, coisa que você deve fazer muito bem, não é Sr.
Cardiologista?
Ah, para finalizar esse adorável começo, cito aqui
minha frase mestre: “Todos os caminhos são iguais e não levam a lugar algum. Aí
onde está o seu coração, esse é o caminho certo para você! Mas, lembre-se: todos
os caminhos são iguais e não levam a lugar algum.” (Don Juan, Índio Iaque,
apresentado para nós por Carlos Castaneda)
Um grande abraço de luz, e responderei uma a uma
essas questões semanalmente!
Puxa, será esse um novo “Pinga Fogo”, numa versão
ultramoderna quântica ?!
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