domingo, 23 de junho de 2013

Satyagraha

Mahatma Gandhi (1869-1948)
As pessoas têm se manifestado, expondo seus pontos de vista sobre as manifestações de marcha que têm ocorrido no Brasil, uns contra e outros a favor. E é gratificante a liberdade de expressão que podemos experimentar nos dias de hoje! Assim, vou formalizar aqui a minha opinião. Peço apenas que o meu texto não se torne objeto de discussões que possam gerar desavenças, pois não é esse o meu propósito. Algumas pessoas me perguntaram sobre o meu olhar e quero apenas lhes responder .
Na quinta-feira passada, minha escolha para contribuir com o momento inegavelmente histórico de nosso país, foi manifestar-me não localmente, como dizemos na Física Quântica (à distância, mas com presença ativa sutil). Fiquei das 17h às 18h30 em meditação, vibrando para que tudo ocorresse bem, em paz e com segurança para meu marido e filho e todos aqueles que escolheram participar da marcha. Minha família experimentou duas possibilidades de contribuição e fiquei muito feliz e grata quando eles retornaram e relataram sua satisfação e emoção com a atuação pacífica de nossa cidade: Uberlândia MG. Obviamente, eu também me sinto triste e absolutamente discordante com os rasgos de violência que têm se manifestado em algumas marchas. Nunca fui a favor de violência por razão alguma e penso que devemos separar o “joio do trigo” sempre, inclusive nesse momento delicado que vivemos. Manifestantes e vândalos têm sintonia e propósitos diferentes, embora possam estar no mesmo lugar em algumas situações. Penso que devemos evitar o julgamento. Creio que nada acontece por acaso. Tudo tem um propósito para a Divindade Maior, afinal, “nenhuma folha cai sem a permissão de Deus”! A maioria de nós não tem evolução de consciência suficiente para afirmar a respeito de nada, nem ninguém, a ponto de julgarmos o que quer que seja. Precisamos fazer um esforço para olharmos “muito além do bem e do mal”, apesar da dificuldade gerada pela estrutura de pensamento dualista que ainda temos. Acredito em Almas Superiores Missionárias encarnadas e posicionadas em todos os lugares para um bem maior. Sou grata a muitas pessoas que considero conscientes, amorosas e coerentes estarem participando efetivamente das marchas. Eu as vejo como protetores infiltrados no movimento de transformação inevitável que estamos vivenciando coletivamente e mundialmente. Parabéns pela coragem de se exporem a possíveis perigos, mantendo seu foco na organização pacífica. Alguém precisa fazer esse papel para dissolvermos de vez quaisquer possibilidades de violência e continuarmos a exercer o direito e o dever de realizarmos uma revolução. Sei que muitos temem essa palavra e seu significado, mas ela está presente em nossos atributos e atuações – revolução do pensamento, da consciência, do amor, da ciência, da espiritualidade, da cultura, dos sentimentos e emoções, do paradigma vigente, da política, das crenças e valores, da ordem mundial e etc.
Fiquei muito emocionada ao assistir na TV a marcha das crianças em algumas cidades. Elas me lembraram de Gandhi e sua Satyagraha, forma não violenta de protesto como um meio de revolução. Acredito que essas marchas-mirim fizeram um grande resgate do Mahatma e seus seguidores e realizaram uma grande contribuição para ensinar aos adultos como melhorarem as deles. Mesmo que a maioria não incorpore o exemplo infantil de pronto, é impossível não reverenciar a geração de massa crítica que eles realizaram hoje. Gratidão aos pais, por nos oferecerem seus filhos! Os índigos “quebram” e as crianças cristal reconstroem num nível acima!!
Falando nisso, acompanhando as redes sociais, tenho lido muito sobre a “força devastadora dos índigos” que vêm para quebrar a estrutura velha, mas não sabem exatamente pelo que estão lutando e protestando, nos colocando em "perigo". Penso que há muitos índigos que têm GPS sim, e creio ser por causa deles que estamos vivenciando esse momento de transformação. Na marcha, minha família encontrou e se uniu a muitos deles, vibrando amor, coerência e paz!  E deu certo!
Uma última consideração, apesar de eu não ser “expert” em política e ainda desejando a experiência de Satyagraha para todos os que forem às ruas. Para mim está muito clara a causa do movimento, embora ela tenha se manifestado em diversos temas. Estamos, cada um a seu modo e na sua condição de compreensão, manifestando a favor do fim de séculos de abusos absurdamente violentos por parte daqueles que se responsabilizaram pela governabilidade de nosso país. Não me atrevo a afirmar que esse é o fim da hipocrisia, nem que todas as formas de manifestação são boas e construtivas. Mas, não posso e não quero fechar os olhos para o aspecto “chacoalhador” de tudo isso!

Peço desculpas pelo longo texto! Eu escolho continuar vibrando amor, consciência, paz e coerência para todos nós, sem querer que minha forma de pensar seja excludente ou definitiva. Desejo que possamos nos unir na base, que no fundo, quando retiramos as camadas do ego, é a mesma – transformação para um mundo melhor. Compreendo a necessidade da variedade de formas de atuação para o Universo continuar expandindo e evoluindo, para que possamos cumprir nosso compromisso coletivo. Contra ou a favor disto ou daquilo, de fato, estamos todos focados nesse momento intenso de nossa querida humanidade do Planeta Terra. Façamos o nosso melhor e que ele seja o suficiente para nos fazer saltar para além da forma. E, relembrando a história do grande Mahatma que libertou a Índia, assistam ao filme que foi feito em sua homenagem em 1982, com o ator Ben Kingsley. 

Paula Márcia Baccelli



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