sexta-feira, 26 de agosto de 2011

O Amor e o Apego

“E este é o segredo de toda a vida: não só as gaivotas, mas a felicidade, a meditação, o êxtase – tudo isso vem quando você está num estado de total entrega, numa disposição profundamente amistosa, numa atitude amável para com a existência. Quando você está de coração aberto, tudo isso vem.” (Osho)

Eu estava refletindo sobre essas palavras do Osho, filósofo indiano do século XX, conhecido principalmente, pela sua “revolucionária contribuição à ciência da transformação interior”. E quando parei para pensar sobre Entrega, lembrei-me dos dois sentimentos mais ambíguos do mundo, o Amor e o Apego.
O Beijo, Gustav Klimt
É preciso mergulhar nessas duas palavras, sem medo, para compreendê-las inteiramente. Elas podem parecer ser a mesma coisa, mas não são! O apego tem base na possessividade, no ego, que é o falso amor. Ele nos engana, resguardando-nos da Entrega total, que é a base do amor. No apego, o outro é apenas alguém para ser usado como meio de satisfazer-se a si mesmo, não há troca. Você nunca se envolve, porque no fundo, a possessividade presente no apego é a máscara que esconde o terrível medo do amor. Sim, pessoas apegadas têm pavor de amar plenamente, porque entendem que amar é perder a individualidade, o controle da situação. Quem é apegado sofre constantemente de uma fantasia de poder: controlar a tudo e a todos. O outro grande medo do apegado é que se ele se entregar por amor a alguém, ele pode ser enganado e sofrer com o abandono e a solidão.
Há aqueles que controlam escancaradamente de forma autoritária, agressiva, depreciadora do outro. Esses são difíceis de conviver, mas são mais autênticos. Eles nos permitem escolher, de cara, se queremos estar com eles ou não. Eles não geram dúvidas sobre o que eles têm para nos oferecer. Mas, tem aqueles que exercem o poder do controle seduzindo os outros, com máscaras intelectuais, éticas, carinhosas, protetoras e dedicadas. Esses são os mais perigosos, pois a maior parte das pessoas necessitadas de reconhecimento cai fácil nesse tipo de lábia. E só depois de muita destruição é que percebem o lugar que entraram. Aí, infelizmente, para sair desse buraco, só com muita luta e até sofrimento.
Outra questão sobre os apegados, é que eles sempre creem que a falsidade está no outro e não em si mesmo. Eles nunca erram em nada, nunca se equivocam em seus julgamentos, pois são apegados, primeiramente, à ilusão de que são perfeitos, mesmo que nunca admitam isso. Mas os outros sim, principalmente quando decidem contrariar o apegado. Pessoas apegadas jamais serão amantes, amigos e muito menos verdadeiras. Pois amar, ser amigo e verdadeiro implica em confiar, compartilhar, misturar-se com aqueles que vibram na mesma sintonia de amor. O mundo está repleto de relacionamentos desse jeito! E isso é fácil de provar: se as pessoas fossem verdadeiras amantes, não haveria tanta discórdia, competição e destruição. A lógica é simples!
Amar é matar o ego. É desistir dos jogos da mente que mente. É experimentar, junto ao outro, a liberdade de ser. E quando experimentamos a liberdade a Vida pode existir em plenitude. Na verdade, a Vida só pode existir de fato, quando se tem a liberdade proveniente do exercício do verdadeiro amor! Quando amamos as dúvidas desaparecem, porque no Amor sabemos que devemos dar e receber, o tempo todo. E o fazemos natural e alegremente. Já no apego, os apegados preferem dar mais que receber, porque quando dão, exercem o falso poder de não poderem ser cobrados por ninguém.   
Nossa humanidade se perdeu, em algum momento da evolução. Não aprendemos a vivenciar o verdadeiro amor. E agora, para darmos o salto quântico coletivo, precisaremos retomar essa lição e transcendermo-nos nela! E nunca mais desistirmos dela...

E viva o Amor!!!

Texto publicado no Guia de Compras Free Shop do mês de junho / 2011 (Distribuição Gratuita)

Paula Baccelli

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