sexta-feira, 20 de abril de 2012

Descida


Falando um pouco mais de “descida”, e protestando a favor de uma psicologia voltada para a alma humana, honro James Hillman neste parágrafo, em seu livro Psicologia Arquetípica, que nunca sai da minha cabeceira:
A alma sempre volta às suas mesmas feridas, ela insiste nas mesmas figuras e emoções, vemos os mesmos temas nos sonhos por muitos e muitos anos. Desse ângulo, a psicopatologia em si aponta para a circularidade da alma. A alma repete-se infinitamente, e na repetição está uma tentativa de aprofundamento. A alma volta constantemente às suas feridas para extrair delas novos significados; volta em busca de uma experiência renovada. Ficamos familiarizados com nossos complexos e nosso sofrimento. O ego, identificado com o arquétipo do herói, chama a repetição de neurose. Mas, na repetição, na circularidade, o ego é forçado a conscientizar-se de que há uma outra força governando a coisa toda. Na repetição o ego é forçado a servir à psique. Há um aspecto ritual aqui, uma humilhação. A circularidade, por fim, nos personaliza. Do ponto de vista da alma, a repetição é uma maneira de nos tornarmos aquilo que somos.”
Esta citação nos convida a revermos nossas crenças sobre doenças, conflitos emocionais e sofrimento. Temos sido infantis ao lidar com esses três movimentos da alma, acreditando que temos que nos livrar deles a todo custo, sem ao menos reconhecê-los nas suas razões e valorizarmos seus ensinamentos! Buscamos alguém ou algo que nos salve, distanciando-nos da metáfora da nossa era, a metáfora do profundo, “descida” ou catábase segundo os gregos.
Precisamos enxergar que o aprofundamento em nós mesmos tem um poder que talvez nada mais tenha, de nos trazer espiritualidade, muito mais que superficialidade. Quando fechamos os olhos para a “depressão”, perdemos a oportunidade do Despertar, e nos colocamos a serviço de “uma perturbação maníaca disfarçada de ‘crescimento’ ”. Depois, dizemos que não sabemos por que estamos nos sentindo tão vazios, quando temos muitas possibilidades à nossa disposição!
Com certeza, a Consciência Suprema em sua infinita sabedoria, percebendo que nossas almas estavam se desviando de seu propósito maior – ser – cria a possibilidade de “descida” para nos lançarmos novamente no vale da alma, onde somente nele podemos experimentar Amor, Justiça, Beleza e Verdade, que nos levam à Felicidade. 
E para completar, Evanescence e sua sensibilidade indiscutível!

Paula Baccelli

Evanescence - Field of Innocence


quarta-feira, 14 de março de 2012

Retomando a ECO 92 - Um desabafo!

Vocês se lembram de Severn Cullis Suzuki, uma garota canadense de 12 anos que se apresentou na ECO 92?
Fiquei pensando: já faz 20 anos que líderes mundiais se reuniram para discutir sobre as questões ambientais – VITAIS – do Planeta. E o que tem sido feito efetivamente? O que mudou de fato?
Bem! Não vou me preocupar em listar aqui os feitos e os horrores ambientais! Para isso, basta navegar na internet. Eu vou é bater na mesma tecla: onde, talvez, um Alma 2012, por exemplo, conferências destinadas a questionar o valor de se olhar para dentro de si mesmo, encarar sua sombra interior e vasculhá-la, em busca de potencialidades para desenvolver e desequilíbrios para resolver. Onde, um Alma 2012, que nos permita aprender, desde cedo, o significado de sermos Adultos e cuidarmos de nossa Criança Interior? Onde, um Kids Alma 2012 voltado para crianças e adolescentes, mas os adultos sendo muito bem vindos, procurando desenvolver a criatividade quântica e a sensibilidade de nos sentirmos Um com o Todo. 
Severn Suzuki está hoje com 32 anos. É ativista ambiental, graduada em Ecologia e Biologia Evolutiva pela Universidade de Yale, Estados Unidos. Continua defendendo o ambientalismo, realizando palestras para estudantes e trabalhadores de instituições públicas e privadas, visando conscientizar a todos de que o mundo em que vivemos não é responsabilidade apenas dos líderes mundiais, nem coisa somente de adultos.
Mas, Severn só se tornou a pessoa que é hoje porque teve EDUCAÇÃO para isso. Ela teve Adultos ao seu lado que permitiram e incentivaram o  contato dela com questões de suma importância para a humanidade, acreditando em algo mais que “isso não é coisa de criança!”. Ela só pôde se apresentar daquela forma maravilhosa no evento, porque os Adultos lhe incluíram como um ser pensante e responsável pelas questões que envolvem o Planeta.
Pais, não esperem que as escolas de seus filhos façam isso por eles. Ajam vocês! E já! Mostrem as coisas importantes para seus filhos. Gastem dinheiro não apenas com os ipod, ipad, tênis e roupas de marcas. Levem seus filhos para participarem de encontros como esse. Conversem em casa sobre sentimentos, emoções, ética, caráter, responsabilidade ambiental, espiritualidade, física quântica etc. Reúnam-se em família para meditar. Incluam workshops, palestras, vivências, leituras profundas no lazer de vocês. Entreguem o bastão da responsabilidade pela vida individual e coletiva desde cedo, ensinando a pescar. Se vocês, pais, não aprenderam ainda como fazer, busquem ajuda. Pois precisamos formar mais Severns Suzukis para assumirem o poder mais tarde. E isso é responsabilidade nossa, que não se concretiza só porque ele ou ela passaram no vestibular! Não existe desculpa que justifique deixar de fazer o que se deve fazer!

Paula Baccelli

Discurso de Severn Suzuki na ECO 92

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Quando Medos e Sonhos Colidem

Por Getty Images
Tenho pensado muito nesse momento, quando “os medos e os sonhos devem colidir”, como na belíssima música “Let me fall” do Cirque Du Soleil, apresentada no show Quidam. Na verdade, lembrando de minhas experiências desde que cheguei nessa vida, há 41 anos atrás, o tempo todo nossos medos e sonhos se esbarram, como que “medindo forças” para ver quem será o escolhido.
         E olha que, para aqueles que acreditam que esta não é a única passagem nossa pelo Planeta, nem a primeira ou a última, então podemos supor que já nascemos tendo que escolher entre sentir medo ou realizar nossos desejos. A questão é que escolher pela realização não é tão simples assim, pois essa escolha, que deveria depender apenas da nossa vontade está impregnada de dramas pessoais, muitas vezes mais complexos do que gostaríamos e que nos impedem de virarmos as costas para os medos.
         Nossa memória é abundante de lembranças dolorosas que ficam nos dizendo: cuidado, desista, você não é capaz, você não merece etc. É claro que as experiências boas também ocupam seu lugar, mas é incrível como nos apegamos mais à dor do que ao prazer. Estamos condicionados a sentir mais a presença do sofrimento do que a da alegria e satisfação. Então, precisamos empreender esforços para sair desse lugar!
Uma boa prática é construir novas conexões neurais. Para isso, é necessário observarmos o que vem primeiro: pensamentos de fracasso ou de sucesso? Se forem os primeiros, um mecanismo interessante e que funciona é dizer assim para si mesmo: e o que vem depois? O que vem depois você escolherá, e a melhor pedida são pensamentos positivos que contradigam os negativos.
Mas, só ter pensamentos positivos não é o suficiente para novas conexões neurais. É preciso ­­trabalhar o lado não racional do cérebro, oferecendo imagens e sensações novas, pois o que queremos de fato com tudo isso é atingir nossa Alma, que nem de longe é intelectual! Então, contemple beleza e bondade. Ouça sons que elevem suas emoções - conversas banais e músicas chulas estão proibidas. Leia algo que lhe promova espiritualidade e conscientização. Assista àquilo que o impregne de compaixão e alegria. Deixe sair de sua boca apenas o que ajude a crescer. Ou seja, aprenda a escolher o melhor para você, fora do ambiente zumbi de “Homer Simpson” onde os “poderosos” insistem em nos trancafiar. E, a ação mais importante de todas, mergulhar profundamente em si mesmo,  que pode ser feito de várias formas, inclusive através de um processo terapêutico sério e eficiente, que deveria ser encarado pelas pessoas como um investimento, assim como tantos outros investimentos que estamos acostumados a bancar: casa, carro, viagens de lazer, roupas e acessórios de marca etc.
De qualquer forma, quando os medos e os sonhos colidirem e você se sentir caído e preso no fundo de um poço, pare! Feche os olhos e respire profundamente e deixe-se inundar pelo silêncio, pois somente no silêncio é que conseguimos ouvir nossa essência e mergulhar na Fonte Divina de todas as possibilidades que estão por aí, à nossa espera para fazê-las “colapsar”, como dizemos na Física Quântica, ou simplesmente, ACONTECER.
Nenhuma escolha feita a partir do ego pode ser comparada àquela feita a partir do Eu, do Self. Medite sempre e fique aberta, aberto para novas experiências que os cinco sentidos normais não conseguem nos oferecer.
Coragem e muito trabalho para você!

Paula Baccelli

Mathieu Lavoie em Let Me Fall


quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Amor ou Medo? A Escolha É Sua



Esse é um trabalho fantástico de mais um grupo que tem usado a mídia coerentemente. E me inspirou a fazer algumas considerações sobre o assunto.
Muitos acreditam que o oposto do Amor é o ódio, a raiva ou a cólera. Mas, esses sentimentos são apenas as muitas máscaras do medo. Na raiz de tudo só existem o Amor e o Medo.
Observe uma pessoa agressiva, reativa, que não admite os seus 50% de responsabilidade em qualquer ordem de relacionamento, e irá perceber claramente que quando ela se expressa nessa vibração é devido ao medo de perder algo: seu espaço, o reconhecimento alheio, o poder, suas posses, ter os segredos da alma revelados, etc.
Jean Yves Leloup, em seu texto “A Paz”, nos diz que para experimentarmos o repouso que a paz nos traz precisamos estar inteiros e o que nos impede de estarmos inteiros é o Medo.
E, medo de quê? “De amar, pois amar antes de encontrar-se é perder-se”.
A questão é que não temos mais opção diante de tantas incoerências e atrocidades cometidas pelo medo.
Tornamo-nos uma raça em vias de extinção e arrastamos junto todo o Planeta porque começamos a nos destruir, uns aos outros, inclusive o meio ambiente e as variadas formas de vida na Natureza por conta do medo. Os vícios acontecem porque muitas vezes temos medo de nossa sombra e embriagar-nos entorpece o medo. As guerras se processam porque os grupos estão defendendo suas etnias e ideias. E nos defendemos por causa do medo. As agressões de toda ordem se dão também para a defesa in-consciente da suposta integridade psíquica que temos de conservar. Apego, mentiras, fofocas, julgamentos, críticas destrutivas, rejeição, preconceito, indiferença, inveja, vícios, guerras, a cultura das armas, o uso da publicidade que gera medo e desconfiança, as manipulações de toda ordem para nos manter num suposto comando, e assim por diante, são as várias expressões do medo que é o verdadeiro oposto do Amor.
As Sabedorias Antigas e mais recentemente a Física Quântica nos mostram que somos todos um no nível subatômico. Não há diferenças entre Eu e o Outro. Então, quando estamos surfando na frequência vibratória do medo e reagimos com violência de todo tipo estamos agredindo a nós mesmos.
O medo nos leva a fazer coisas degradantes e estamos colhendo o resultado de uma humanidade que até comercializa o medo para se manter no comando. E isso desde sempre na história das civilizações. A época da inquisição da igreja católica é um grande exemplo.
O salto quântico da humanidade e a possível salvação do Planeta estão diretamente ligados à tomada de consciência do exercício do medo em nossas vidas e à escolha da experiência do Amor saudável. É incrível como os seres humanos reverenciam sua capacidade intelectual para todas as realizações imagináveis, mas não se sentem capazes de colocar em ordem sua alma, seu universo psíquico, muitas vezes dando a desculpa de que ele é “subjetivo”, portanto, “não palpável”!
Vamos aprender a Amar no sentido mais sadio e amplo da palavra e exercitar esse Amor em nossas vidas, pensamentos, sentimentos e atitudes. Vamos Amar a todas as formas de vida com a mesma intensidade e respeito. Vamos reverenciar Gaia, nossa Mãe Natureza, fazendo o que é certo para ela. E, como diz a letra desse fantástico grupo musical, Tears For Fears, “vamos semear as sementes do Amor”!
Assim, quem sabe, dará tempo de revertermos esse processo de autodestruição!
Salve 2012 e as maravilhosas oportunidades de real transformação que ele está trazendo!

Paula Baccelli

Tears For Fears - "Sowing The Seeds of Love"

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Para Que Serve a Utopia?

Assistindo a essa entrevista, com o grande jornalista e escritor uruguaio, Eduardo Galeano, fiquei, ao mesmo tempo, profundamente emocionada e muitíssimo incomodada.
Uma vez que a utopia, os sonhos, os desejos presentes nos sonhos servem para CAMINHAR, podemos ir então, em qualquer direção, não é mesmo?
A questão, é que estamos tão condicionados a determinadas direções duvidosas que dá um certo medo do possível futuro da humanidade. . .
Meu Deus, a Educação de nossas crianças e jovens precisa ser construída sob um novo olhar, senão não teremos chance alguma!
De que adianta a melhoria ambiental no entorno se o ambiente da alma está cada vez mais sombrio e banal?
E a responsabilidade disso tudo é nossa, supostos adultos responsáveis pela ordem mundial!
Imagine se as famílias e as escolas se unirem num ideal comum de proporcionarem às crianças, desde a mais tenra idade, vivências que as façam perceber outras imagens e direções de Vida: amor, respeito, justiça, ética, beleza?
E, por favor! Não venham defender essas formas esquizofrênicas de educação que permeiam nosso mundo de hoje! Tenham dó!
Einstein dizia que a “mente humana tem que primeiro construir formas, independentemente, antes de poder encontrá-las nas coisas”, ou seja, precisamos oferecer a esses futuros governadores do Planeta Terra, novas e melhores possibilidades imagéticas, alimentos mais suaves para alma, capazes de construir circuitos cerebrais positivos para que as “coisas” criadas o sejam a partir dessa matriz mais transcendente.
E, o novo paradigma, com base na Física Quântica, o de “uma ciência dentro da consciência”, confirma essa verdade, de que somos os Observadores que criam o colapso da onda de possibilidades.
Assistam ao vídeo e deleitem-se com o fragmento declamado por Galeano e assumamos a responsabilidade de ajudar nossos tutorados a delirarem intensamente nesse outro mundo possível...
Mas, para darmos conta dessa empreitada, precisamos começar conosco mesmos... Então, não permita mais que seus olhos e seus ouvidos vejam e ouçam qualquer coisa! Troque pensamentos negativos, invejosos, rancorosos, cheios de medo, jogos de poder e limitações por outros mais saudáveis, capazes de reverenciar a Vida em seu mais alto esplendor! Permita apenas que sentimentos e sensações sublimes permeiem o universo do seu corpo. E que tudo aquilo que saia da sua boca seja para beneficiar!
E para aqueles amantes da boa música, um resgate de Steven Tyler e seu Dream On, com direito a acompanhamento de orquestra! 



Grande abraço,
Paula Baccelli

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

O Amor e o Apego

“E este é o segredo de toda a vida: não só as gaivotas, mas a felicidade, a meditação, o êxtase – tudo isso vem quando você está num estado de total entrega, numa disposição profundamente amistosa, numa atitude amável para com a existência. Quando você está de coração aberto, tudo isso vem.” (Osho)

Eu estava refletindo sobre essas palavras do Osho, filósofo indiano do século XX, conhecido principalmente, pela sua “revolucionária contribuição à ciência da transformação interior”. E quando parei para pensar sobre Entrega, lembrei-me dos dois sentimentos mais ambíguos do mundo, o Amor e o Apego.
O Beijo, Gustav Klimt
É preciso mergulhar nessas duas palavras, sem medo, para compreendê-las inteiramente. Elas podem parecer ser a mesma coisa, mas não são! O apego tem base na possessividade, no ego, que é o falso amor. Ele nos engana, resguardando-nos da Entrega total, que é a base do amor. No apego, o outro é apenas alguém para ser usado como meio de satisfazer-se a si mesmo, não há troca. Você nunca se envolve, porque no fundo, a possessividade presente no apego é a máscara que esconde o terrível medo do amor. Sim, pessoas apegadas têm pavor de amar plenamente, porque entendem que amar é perder a individualidade, o controle da situação. Quem é apegado sofre constantemente de uma fantasia de poder: controlar a tudo e a todos. O outro grande medo do apegado é que se ele se entregar por amor a alguém, ele pode ser enganado e sofrer com o abandono e a solidão.
Há aqueles que controlam escancaradamente de forma autoritária, agressiva, depreciadora do outro. Esses são difíceis de conviver, mas são mais autênticos. Eles nos permitem escolher, de cara, se queremos estar com eles ou não. Eles não geram dúvidas sobre o que eles têm para nos oferecer. Mas, tem aqueles que exercem o poder do controle seduzindo os outros, com máscaras intelectuais, éticas, carinhosas, protetoras e dedicadas. Esses são os mais perigosos, pois a maior parte das pessoas necessitadas de reconhecimento cai fácil nesse tipo de lábia. E só depois de muita destruição é que percebem o lugar que entraram. Aí, infelizmente, para sair desse buraco, só com muita luta e até sofrimento.
Outra questão sobre os apegados, é que eles sempre creem que a falsidade está no outro e não em si mesmo. Eles nunca erram em nada, nunca se equivocam em seus julgamentos, pois são apegados, primeiramente, à ilusão de que são perfeitos, mesmo que nunca admitam isso. Mas os outros sim, principalmente quando decidem contrariar o apegado. Pessoas apegadas jamais serão amantes, amigos e muito menos verdadeiras. Pois amar, ser amigo e verdadeiro implica em confiar, compartilhar, misturar-se com aqueles que vibram na mesma sintonia de amor. O mundo está repleto de relacionamentos desse jeito! E isso é fácil de provar: se as pessoas fossem verdadeiras amantes, não haveria tanta discórdia, competição e destruição. A lógica é simples!
Amar é matar o ego. É desistir dos jogos da mente que mente. É experimentar, junto ao outro, a liberdade de ser. E quando experimentamos a liberdade a Vida pode existir em plenitude. Na verdade, a Vida só pode existir de fato, quando se tem a liberdade proveniente do exercício do verdadeiro amor! Quando amamos as dúvidas desaparecem, porque no Amor sabemos que devemos dar e receber, o tempo todo. E o fazemos natural e alegremente. Já no apego, os apegados preferem dar mais que receber, porque quando dão, exercem o falso poder de não poderem ser cobrados por ninguém.   
Nossa humanidade se perdeu, em algum momento da evolução. Não aprendemos a vivenciar o verdadeiro amor. E agora, para darmos o salto quântico coletivo, precisaremos retomar essa lição e transcendermo-nos nela! E nunca mais desistirmos dela...

E viva o Amor!!!

Texto publicado no Guia de Compras Free Shop do mês de junho / 2011 (Distribuição Gratuita)

Paula Baccelli

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Quando a Ciência Encontra o Espírito

Por Gettyimages, royalty-free
Quântica é a bola de vez!

Física quântica, universo quântico, computador quântico, terapias quânticas, profissionais quânticos, pensamento quântico e até restaurante “quântico”!

Mas, do que realmente se trata esse expressivo movimento quântico que cresce exponencialmente no mundo todo?

Minha história “quântica” começou há 12 anos atrás. Quando vários fenômenos da alma humana se mostravam em meu consultório. Após inúmeras tentativas frustradas de compreendê-los “mecanicamente”, aceitei que a Alma ou Psique, não pode ser explicada pela lógica Aristotélica, linear ou mecânica. A alma humana, ou aquilo que realmente somos, não cabe em nenhuma fórmula já esboçada, nem pode ser explicada ou tratada por teorias baseadas no materialismo.

A alma humana é fluida e se movimenta constantemente, sem que possamos controlar sua jornada. Ela é a pura expressão da onda de possibilidades, comprovada pela ciência quântica.

Nosso universo psíquico é uma explosão de incertezas, como muito bem já sabia Sócrates, citado por Platão: “Só sei que nada sei!”.

Então, na minha angústia, buscando ser coerente como profissional da alma, eu encontrei as ideias de um cientista que se tornou um dos Gurus da minha vida: Amit Goswami. E, através dele, pude conhecer outros pensadores e estabelecer uma linha de trabalho dentro dos princípios quânticos.

A palavra Quantum vem do latim e significa quantidade. Essencialmente, em 1838, Michael Faraday inicia essa história com a descoberta dos raios catódicos. Depois, Gustavo Kirchhoff (1859) e Ludwig Boltzmann (1877) deram continuidade a uma discussão que culminou na hipótese de Max Planck, em 1900, de que toda a energia é irradiada e absorvida na forma de elementos discretos chamados quanta.

Pronto! A partir daí, a teoria quântica se estabeleceu. E atualmente, popularizou-se em grupos diversos que buscam uma correlação entre suas disciplinas de atuação e os postulados dessa ciência, como as teorias holísticas de um modo geral e as chamadas (psico)terapias energéticas.

Entender o universo quântico é muito importante porque todo o espectro de novas tecnologias nessa era digital depende dele e também, tudo o que envolve biocampo, criatividade e aparelhos muito pequenos e capazes de armazenar uma quantidade extraordinária de informações.

Agora, o mais surpreendente da Quântica é que ela vem descortinar e desmistificar o campo do Espírito, Consciência, ou Alma. Nenhuma ciência ou religião que não passar em revista pela teoria quântica poderá sobreviver.

Estamos assistindo a um encontro esperado por milênios. Ciência e Espiritualidade coexistindo, indiscutivelmente. Os princípios sutis da Vida, com essa nova visão, podem ser alcançados por nós de forma compreensível. O novo paradigma, o de que “a Consciência cria a matéria” transforma radicalmente nossa maneira de pensar, acreditar, sentir e agir. A realidade não é apenas o mundo físico, mas a relação da mente com o mundo físico. A realidade é subjetiva e não há um absoluto “lá fora” a menos que exista uma mente “aqui dentro” que o perceba. Na verdade, não há um “lá fora” independente das escolhas que fazemos. O que está “lá fora”, representando o mundo material, é o que escolhemos observar.

Hoje, falar em pensamento positivo, imagem terapia, experiências místicas, mediunidade, sonhos lúcidos, cura “espontânea”, fé é científico! Deus é científico! Nessa nova teoria, a mente e as emoções são muito mais do que meros fenômenos do cérebro. Até a morte precisa ser revista!

Uma nova visão de Saúde e Doença coloca os conceitos da psicossomática no topo, transformando as bases da medicina galênica: somos nós, através da nossa Consciência que criamos as doenças e por isso podemos nos curar. Aqui, a cura é atribuída a nós, às novas escolhas que fazemos. As formas ancestrais de cura, baseadas nas leis da Natureza, ganham espaço formal entre nós e podem ser utilizadas, sem dramas, como complementares ou alternativas a qualquer forma de tratamento existente, quase sempre com maior eficácia do que os tratamentos convencionais.

O princípio da Não-localidade abre espaço para vivermos sem constrangimentos a telepatia. A Hierarquia Entrelaçada prova o Inconsciente Coletivo de Carl Jung, e mostra que estamos todos conectados e interferimos e sofremos interferência uns nos outros o tempo todo, e por isso, devemos assumir responsabilidade por tudo aquilo que parte de nós e o que chega até nós. A Descontinuidade mostra que a cura e as transformações simplesmente ocorrem, colapsam, sem que possamos controlá-lar “quando, como e onde”, à medida que estamos conectados com a Consciência Cósmica, “que tudo sabe e tudo vê”!

Enfim, a Física Quântica proporciona um mergulho em nós mesmos, atingindo níveis maravilhosos de percepção, onde a dualidade e as “verdades” desaparecem, onde o ego perde sua coroa e nos tornamos um com o todo. Interessar-se pelo universo quântico é assumir a nossa verdadeira Natureza para podermos agir como tal!
Paula Baccelli
Texto publicado no Guia de Compras Free Shop do mês de maio / 2011 (Distribuição Gratuita) 

Visite também: 
Trilha sonora do documentário Quem Somos Nós?

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